Diarréia Viral Bovina

Por Débora Carvalho Meldau

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

Categorias: Doenças animais, Medicina Veterinária
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A Diarréia Viral Bovina (BVDV - Bovine Viral Diarrhea Virus) é uma doença causada por um vírus RNA membro do gênero Pestivirus da família Flaviridae. Ataca bovinos e outros ruminantes, causando grandes prejuízos econômicos no rebanho. O Pestivírus é caracterizado pela existência de dois biótipos: citopático (CP) e não citopático (NCP). Esta diferença está relacionada com a replicação viral em cultivo celular. O biótipo NCP é mais comumente isolado do que o biótipo CP, sendo que este resulta da mutação do biótipo NCP. Ambos são classificados em dois genótipos: BVDV-1 e BVDV-2. Após algumas pesquisas, foi observado que as amostras brasileiras deste vírus possuem características genéticas e antigênicas distintas das cepas americanas. Essa diferença antigênica e genética pode representar implicações práticas para o diagnóstico e controle da enfermidade.

Quando ocorre transmissão transplacentária da cepa NCP antes que o feto desenvolva sua competência imunológica (até 120 dias de gestação), pode resultar em um animal persistentemente infectado (PI), ou seja, um animal apresente uma infecção por este vírus por toda a sua vida.

A infecção por este vírus pode manifestar-se de diversas maneiras:

Sempre que houver perdas embrionárias, malformações, abortos, nascimento de animais fracos e morte perinatal, pode haver a suspeita de infecção pelo vírus da BVDV, assim como em casos de doenças entéricas e/ou respiratória com componentes hemorrágicos, além de ulcerações. Para realizar um diagnóstico conclusivo, o material de eleição é o sangue com anticoagulante (para detecção de animais PI e com infecção aguda), soro (pareado, de preferência), órgãos (baço, intestino, linfonodos, pulmão e intestino), feto e envoltórios fetais, assim como órgãos e tecidos com lesões macroscópicas. Para que seja realizado o isolamento do vírus, o material (órgãos e tecidos) deve ser encaminhado sob refrigeração, já os fragmentos de tecidos com lesões, devem ser conservados em formalina à 10%. O teste padrão realizado é o isolamento do agente em cultivos celulares e em seguida, identificação por imunofluorescência.

O controle e profilaxia desta infecção são baseados na detecção e eliminação de bovinos PI e no controle da entrada de animais e sêmen, além da vacinação que é opcional. As vacinas usadas no Brasil são todas inativadas, com adjuvante oleoso ou hidróxido de alumínio. A vacinação é recomendada para rebanhos com alta rotatividade de animais, rebanho com sorologia positiva, com histórico de doença clínica ou reprodutiva, para propriedade de terminação de novilhos e rebanhos leiteiros com constante entrada de animais.

Fontes:
http://coralx.ufsm.br/ppgmv/2004_mestrado/3marcelo_lima_cap1.pdf
http://www.scielo.br/pdf/bjvras/v41n6/25248.pdf
https://web.archive.org/web/20160303171421/http://www.pfizersaudeanimal.com.br/bov_doencas_bvd.asp
https://web.archive.org/web/20090204164714/http://www.scribd.com:80/doc/3194224/Diarreia-Viral-Bovina

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