Febre aftosa

Por Samira Pirola Santos Mantilla

Doutorado em Higiene Veterinária e Processamento Tecnológico de Produtos de Origem Animal (UFF, 2010)
Mestrado em Higiene Veterinária e Processamento Tecnológico de Produtos de Origem Animal (UFF, 2006)
Graduação em Medicina Veterinária (UFF, 2005)

Categorias: Doenças animais, Medicina Veterinária
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A febre aftosa é uma doença viral,  altamente contagiosa, causada por um RNA-vírus, pertencente à família Picornaviridae, gênero Aphtovirus. A enfermidade afeta animais de casco fendido (partido), como bovinos, suínos, ovinos e caprinos.

Transmissão e Sintomas

Esta enfermidade geralmente ocorre na forma de surto que se dissemina rapidamente no rebanho. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato entre animais doentes e sadios. O vírus é eliminado para o meio ambiente por meio das secreções e excreções dos animais doentes como secreções nasais, saliva, sêmen, leite, urina e fezes, contaminando o meio ambiente. Entretanto, o vírus também pode ser transportado pelo ar e pelas pessoas (pelas mãos e vestimentas) que podem transmitir a doença para os animais. Também pode ocorrer a transmissão pela ingestão de água, leite ou alimento contaminado com o vírus. A Febre Aftosa é considerada uma zoonose, apesar de o homem raramente se infectar.

Os sintomas são febre, vesículas na boca, causando salivação excessiva e nas patas e tetas. As vesículas podem estourar formando úlceras. Esses sintomas interferem diretamente na alimentação e locomoção do animal causando perda de apetite e manqueira, redução da produção de leite, redução de peso e diminuição da eficiência reprodutiva. O animal pode vir à óbito, principalmente os jovens ou debilitados. Em caso de suspeitas da doença os proprietários ficam obrigados a comunicar o fato ao serviço veterinário oficial.

O diagnóstico da febre aftosa pode ser realizado pela observação dos sinais clínicos e testes sorológicos. É importante realizar o diagnóstico diferencial para a estomatite vesicular que causa sintomas parecidos nos animais.

Impactos econômicos

Os problemas advindos desta doença não estão relacionados à saúde pública, mas sim aos impactos econômicos para a pecuária, com impacto significativo no comércio de produtos agropecuários no exterior. Isso porque é de fácil difusão, provocando perdas na produção e embargos à exportação de animais, de carne fresca e de produtos derivados, visto que prejudica o padrão sanitário exigido pelo comércio internacional.

Vacinação

Como a doença compromete a produção pecuária brasileira, a vacinação é obrigatória para bovinos e bubalinos sendo de responsabilidade dos proprietários dos animais. A ação é imprescindível para a erradicação da doença. O proprietário deve preencher a declaração de vacinação do seu rebanho e entregá-la no serviço veterinário oficial do seu Estado junto com a nota fiscal de compra das vacinas.

Legislação

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) criou o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) que tem como finalidade a erradicação da febre aftosa em todo o Território Nacional e a sustentação dessa condição sanitária por meio da implantação e implementação de um sistema de vigilância sanitária. Esse sistema está apoiado nas ações do serviço veterinário oficial em conjunto com a comunidade. A confirmação de foco de febre aftosa leva à declaração de estado de emergência veterinária, e o MAPA deverá definir e coordenar as ações que podem incluir sacrifício sanitário, vacinação emergencial e medidas de interdição.

Referências consultadas:

BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Instrução normativa n° 44, de 2 de outubro de 2007. Aprova as diretrizes gerais para a Erradicação e a Prevenção da Febre Aftosa, constante do Anexo I, e os Anexos II, III e IV, desta Instrução Normativa, a serem observados em todo o Território Nacional, com vistas à implementação do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), conforme o estabelecido pelo Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária.  Disponível em <http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/febre-aftosa/documentos-febre-aftosa/instrucao-normativa-mapa-no-44-de-02-de-outubro-de-2007.pdf>. Acesso em 18 abril 2017.

Sites consultados:

http://www.agricultura.df.gov.br/component/content/article/287-a-secretaria/494-febre-aftosa.html

http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/febre-aftosa

http://www.defesaagropecuaria.al.gov.br/sanidade-animal/febre-aftosa

http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/ovinos_de_corte/arvore/CONT000g4fuilap02wx5ok0iuqaqkg2cal26.html

http://www.beefpoint.com.br/radares-tecnicos/sanidade/febre-aftosa-vigilancia-sanitaria-e-vacinacao-uma-alternativa-para-o-controle-32590/

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