Mal de Cadeiras

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Por Débora Carvalho Meldau

O Mal de Cadeiras é uma enfermidade é causada por um protozoário, o Trypanosoma evansi e foi descrita pela primeira vez por Evans, no ano de 1880 no Punjab, Índia, em equinos e camelos, e na época, era chamada de “surra”.

Transmissão

Este agente apresenta um citoplasma alongado (15 a 33 mm), possui flagelo livre, núcleo grande e aproximadamente central e, terminalmente, observa-se um pequeno cinetoplasto. Os vetores deste agente são, basicamente, os tabanídeos. Entretanto, para animais abrigados, a Stomoxys calcitrans (mosca-de-estábulo) passa a ser o principal vetor. Sendo que este último pode transmitir o agente por, no máximo, oito horas, pois é o tempo em que permanece vivo nos vetores. Nas Américas, o T. evansi adaptou-se também aos morcegos hematófagos, o Desmodus rotundus, sendo fonte da infecção por, no máximo, um mês.

Embora esta doença seja quase que exclusivamente dos equinos,  experimentalmente, já foi comprovado que cães, lobos e raposas podem se infectar ao ingerir caça contaminada com o trypanosoma. Entre os animais silvestres na América, as capivaras podem sofrer grave doença e morrer, ou então, resistir e tornar-se portadora do agente.

Trypanosoma evansi . Foto: Mohamed Ridha Rjeibi, Taoufik Ben Hamida, Zara Dalgatova, Tarek Mahjoub, Ahmed Rejeb, Walid Dridi and Mohamed Gharbi. Via Wikimedia Commons / CC-BY-SA 4.0

Sintomas

Em equinos, a doença pode ser aguda, matando em questão de semanas, ou então crônica, podendo estender-se por até seis meses. Os sinais clínicos observados são: anemia progressiva, emagrecimento, aumento dos linfonodos e baço, e em alguns casos, até do fígado. É possível ocorrer comprometimento renal com petéquias e a urina poderá mostrar hemácias e proteinúria. Outra alteração que pode ser observada é edema das partes baixas. Há picos de febre e ao final, o equino estará andando bamboleante e terminará paraplégico, morrendo em seguida.

Existem pesquisas que dizem que a imunidade em animal que se recupera da doença causada por T. evansi é sólida e resiste ao desafio com amostras homólogas. Já a imunidade adquirida após uma cura rápida, através do tratamento, é de curta duração.

Diagnóstico

O diagnóstico durante a fase aguda é fácil, e é feito observando-se, no microscópio, uma gota de sangue presente entre uma lâmina e uma lamínula, sendo possível a observação do agente em movimento. Posteriormente, pode ser feito um esfregaço que será corado pelo Giemsa, para que seja obeservada a morfologia do protozoário. Os períodos de picos febris são os melhores a coleta de sangue para diagnóstico.

Tratamento

Em equinos são usados terapeuticamente três sais distintos: suramin, quinapiramina e melarsomina. O tratamento pode ser curativo, usando uma droga de pouca ou nenhuma ação residual ou preventiva. Dependendo da droga que for administrada, ou até mesmo da dose, definirá se ocorrerá cura ou prevenção. Drogas curativas são usadas apenas quando a incidência da doença no rebanho é baixa durante certo período.

Prevenção

A profilaxia pode ser realizada através da administração de drogas que protegem os eqüinos por dois a seis meses, no caso de regiões endêmicas. É importante também fazer o controle do vetor com o uso de drogas, pour on e armadilhas impregnadas com inseticidas.

Fontes:
Documentos 66 – Embrapa – Profilaxia e Controle do Mal de Cadeiras em Animais Domésticos no Pantanal. ISSN 1517-1973, dezembro 2004. (disponível em http://www.cpap.embrapa.br/publicacoes/online/DOC66.pdf)
Enfermidades Infecciosas dos Mamíferos Domésticos.CORRÊA & CORRÊA, (Ed) 2. Rio de Janeiro: Editora Médica e Científica Ltda

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