Antibióticos

Por Diego Marques Moreira

Mestre em Neurologia / Neurociências (UNIFESP, 2019)
Especialista em Farmácia clínica e atenção farmacêutica (UBC, 2019)
Graduação em Farmácia (Universidade Braz Cubas, UBC, 2012)

Categorias: Farmacologia, Medicina
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Antibióticos ou antimicrobianos são substâncias naturais, sintéticas ou semi-sintéticas que possuem capacidade de inibir o crescimento ou causar a morte de micro-organismos como os fungos e bactérias. Essas substâncias estão presentes em nosso dia a dia desde que o pesquisador Alexander Fleming no final da década de 20 descobriu o primeiro antibiótico, a penicilina. Estas substâncias são de grande importância no tratamento pós operatório ou também no caso de infecções.

Medicamentos. Foto: Sponge [GFDL or CC-BY-SA-3.0], via Wikimedia Commons

Os antibióticos podem ser classificados de acordo com seu mecanismo de ação sendo assim temos:

Agentes antimicrobianos que interferem com a síntese ou com a ação do folato

O folato ou ácido fólico é essencial no crescimento bacteriano pois é utilizado para a síntese de DNA e RNA, ao contrário dos mamíferos, as bactérias precisam sintetizar seu próprio acido fólico e estes agentes agem inibindo esta síntese. Dentre os presentes neste grupo de fármacos temos a Trimetroprima e o subgrupo das Sulfonamidas (a Sulfanilamida, sulfatiazina, sulfametoxazol a sulfassalazina e a sulfametopirazina são fármacos que compõem este subgrupo).

Agentes que comprometem a síntese de proteína bacteriana

Esses agentes tem como principal função a inibição da síntese protéica em diversas maneiras como competição com RNA transportador, inibição da transpeptidação, inibição da translocação entre outros. Dentre os fármacos inclusos neste grupo temos o subgrupo das tetraciclinas, cloranfenicol, Aminoglicosídeos, Macrolídeos, Estreptograminas, Lincosamidas, Oxalazidononas e o ácido fusídico.

Beta lactâmicos

Os beta lactâmicos têm como mecanismo de ação a inibição da síntese da parede celular bacteriana. Nesta classe de antimicrobianos temos os seguintes subgrupos:

Agentes que alteram a topoisomerase

Os antibióticos desta família interferem a ação da enzima topoisomerase II no superenovelamento do DNA bacteriano, não permitindo sua transcrição ou replicação. Os medicamentos presentes neste grupo são as Fluoroquinolonas onde são inclusas a Ciprofloxacina, levofloxacina, ofloxacina, norfloxacina, o ácido nalicíxico e a moxifloxacina.

Miscelânea

Glicopeptídeos

Presentes nesta classe temos a vancomicina e a teicoplanina, ambos agem inibindo a síntese da parede celular bacteriana.

Polimixinas

Nesta subclasse temos a Colistina (Polimixina E) e a polimixina B, estes agem alterando os fosfolipídios da membrana celular da bactéria.

O uso clínico destes agentes antimicrobianos são variados e dependem do espectro e de seus respectivos mecanismos de ação. As sulfonamidas são indicadas para queimaduras infectadas, algumas doenças sexualmente transmissíveis (DST's) infecções respiratórias, em infecções por Pneumocystis Carinii são utilizadas em associação com a trimetoprima. As Penicilinas são amplamente utilizadas na atualidade, porém há a possibilidade dos micro-organismos em questão não ser sensível a elas, no caso de sensibilidade bacteriana à esta classe elas são indicadas para tratamento de meningites bacterianas, infecções ósseas e das articulações, pneumonia, sífilis, endocardite, faringite, otite entre outras infecções. As cefalosporinas são utilizadas no tratamento de septicemias, meningites, sinusites e infecções do trato biliar e urinário. As fluoroquinolonas são usadas para tratar gonorréia, osteomielite crônica por bacilos gram-negativos, cervicite, prostatite bacteriana e para infecções do trato urinário. O cloranfenicol está indicado em infecções causadas por Haemophilus influenzae, meningites, febre tifóide. As tetraciclinas podem ser usadas para o tratamento de infecções do trato respiratório, infecções por Rickettsia e Chlamydia, antraz e doença de Lyme.

No geral os efeitos colaterais do uso de antibióticos podem incluir náuseas, diarréias, tonturas, irritações gástricas, rashes cutâneos e em alguns casos ototoxicidade , nefrotoxicidade e neurotoxicidade.

Leia mais:

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