A auto-hemoterapia consiste em uma prática terapêutica isoterápica, que é feita extraindo-se sangue venoso de um indivíduo, e sua posterior introdução no músculo do mesmo indivíduo.
Esta técnica surgiu na França, no ano de 1911, e teve como criador o médico Francois Ravout, visando tratar a febre tifoide. Em 1938, com o objetivo de encontrar uma terapia eficaz para infecção, a auto-hemoterapia voltou a ser utilizada, uma vez que nessa época ainda não havia a disponibilidade de antibióticos. Já era conhecido, nessa época, que o sangue possui a propriedade de combater infecções, e a implementação desta técnica foi uma tentativa de aumentar a defesa do organismo, injetando o sangue em locais afetados. Após resultados positivos, a técnica ficou conhecida por toda a Europa até a década de 1950, perdendo forças após a introdução de novos fármacos.
Os defensores da auto-hemoterapia indicam que a técnica aumenta a proporção de macrófagos, aumentando, portanto, a defesa do organismo e a eliminação de agentes estranhos (bactérias, vírus, células neoplásicas e fibrina). O aumento da produção dessa célula ocorre porque o sangue atua como um corpo estranho na musculatura, levando a uma resposta imunológica, que irá requerer células sanguíneas que combatem agentes estranhos. Após findada a ativação do sistema reticulo endotelial (composto pelo baço, timo e medula óssea), que dura cerca de 5 dias, a taxa normal de macrófagos que é de 5% , sobre para 22% durante esse período, diminuindo entre o quinto ao sétimo dia, até atingir os normais 5%.
Na Europa, foram descritos resultados positivos do uso da técnica em casos de angiopatia diabética. Nesse tipo de auto-hemoterapia, o sangue removido era exposto ao ozônio antes de ser reintroduzido na região acometida, que, de acordo com relatos, levava a uma intensa dilatação local dos vasos, evitando-se a amputação dos pés, que é uma consequência dessa desordem. Todavia, nem todos os trabalhos relataram a eficácia da técnica. Outra área que utiliza a auto-hemoterapia com maior frequência é no tratamento de doenças auto-imunes.
Contudo, a eficácia da técnica não foi confirmada até o presente momento. Não há consenso técnico e nem científico e nem aprovação dos conselhos profissionais da área da saúde. Especialistas apontam que a realização desta técnica pode levar à formação de abscessos cutâneos, dores, edema, hematomas, infecções, além de poder evoluir para quadros clínicos graves, como coagulopatia intravascular disseminada, sangramento generalizado, dentre outros.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/