Por Débora Carvalho Meldau
A hérnia de disco, também denomina hérnia discal, é a herniação do anel pulposo através do anel fibroso, sendo esta uma das principais causa de lombalgia (dor lombar). Normalmente, ocorre na região póstero-lateralmente, devido à falta de ligamentos que sustentem o disco nesse local.
A coluna vertebral é constituída por vértebras, sendo que em seu interior existe um canal por onde passa a medula espinhal. Entre esses corpos vertebrais encontra-se uma almofada de cartilagem em formato de anel, que apresenta como função evitar e minimizar o atrito entre uma vértebra e outra, funcionando como um amortecedor.
Com o tempo, ocorre o desgaste natural dos discos intervertebrais, tornando mais fácil o seu deslocamento da posição normal, levando à compressão das inervações que partem da coluna em direção a diferentes partes do corpo. Esse deslocamento é a hérnia de disco.
A principal causa de hérnia de disco é a predisposição genética, seguida de envelhecimento, sedentarismo e do tabagismo. Outras causas como traumatismo por queda, acidentes automobilísticos, carregar ou levantar muito peso, também pode levar ao comprometimento da integridade do sistema muscular que sustenta a coluna vertebral, beneficiando o aparecimento dessa afecção.
Quando essa condição acomete um disco cervical, as manifestações clínicas observadas são dor e rigidez na nuca, nas nádegas, nos ombros e na escápula, havendo dificuldade de movimentação dos braços e parestesia (sensação de formigamento).
Quando a compressão ocorre em algum disco lombar, as queixas são dor na região lombar, no quadril e nas coxas, propagando-se para a panturrilha e tornozelo, estando presente uma intensa sensação dolorosa ao espirrar, ao levantar peso, entre outros movimentos. A coluna normalmente fica rígida, podendo haver uma deformidade postural da coluna.
As hérnias podem ser assintomáticas, sendo que neste caso, a herniação ocorre para o centro das vértebras que delimitam o disco.
Esta afecção costuma acometer com maior frequência pessoas entre 30 a 50 anos de idade, embora possa afetar crianças, jovens e idosos. Pesquisas mostram que após os 50 anos de idade, aproximadamente 30% da população mundial apresentam alguma forma assintomática de hérnia discal.
O diagnóstico é feito clinicamente, por meio do quadro e histórico clínico do paciente. Exames de imagem, como raio-x, tomografia computadorizada e ressonância magnética auxiliam no estabelecimento do grau da lesão e sua exata localização.
No geral, as hérnias de disco lombares respondem bem ao tratamento clínico conservador, revertendo o quadro com o uso de analgésicos e antiinflamatórios, com um pouco de repouso e realização de sessões de fisioterapia e acupuntura. A hérnia de disco cervical pode aparecer diretamente nessa região ou ser causada por alterações na curvatura e posicionamento da coluna durante uma crise de hérnia lombar. O tratamento (cirúrgico ou não) irá depender da gravidade do quadro. A intervenção cirúrgica só é recomendada caso o paciente não responda positivamente ao tratamento conservador ou nos casos de compressão do nervo.
Para prevenir o surgimento dessa afecção recomenda-se praticar atividade física de baixo impacto regularmente, alongando e fortalecendo a musculatura, tanto do abdômen quanto das costas. A realização dessas medidas estabiliza a coluna, diminuindo a força para frente e para trás.