A traqueostomia consiste em um procedimento cirúrgico que objetiva criar uma abertura na parede anterior da traqueia comunicando-se com o meio exterior, sendo mantido aberto com o auxílio de uma cânula.
Este procedimento é indicado em casos como:
- Obstrução das vias aéreas superiores;
- Permitir a higiene das vias aéreas;
- Fornecer oxigênio para os pulmões, por meio de ventilação mecânica.
O procedimento é simples e segue os seguintes passos: primeiramente a região cervical onde será realizado o procedimento é limpa e, subsequentemente, é realizada uma incisão para expor os anéis de cartilagem que compõem a parede externa da traqueia. Por conseguinte, o cirurgião realização uma incisão em dois desses anéis e introduz a cânula, que pode ser metálica ou de plástico, permitindo uma comunicação da traqueia com a região cervical.
O acesso cirúrgico pode ser realizado em diferentes níveis:
- Cricotireoidostomia: feita na região da transmembrana cricotireoidiana.
- Traqueostomia alta: é feita acima do ístimo da tireoide.
- Traqueostomia transístmica: feito através do ístimo da tireoide, sendo preciso realizar sua secção e sutura.
- Traqueostomia baixa: feita abaixo do ístimo da tireoide após ser tracionado cranialmente.
- Traqueostomia mediastinal anterior: é feita no mediastino anterior depois de realizada uma ressecção do manúbrio do osso externo.
- Traqueostomia percutânea: nesta realiza-se a técnica de Seldinger adapatada.
Embora a morbidade resultante de traqueostomia seja baixa, entre 4% a 10%, assim como qualquer procedimento cirúrgico, a mesma envolve potenciais complicações. Os maiores riscos de ocorrência de complicações estão em pacientes muito doentes ou que necessitam de uma traqueostomia de emergência. Dentre elas estão:
- Obstrução da cânula por secreções;
- Hemorragia;
- Danos às cordas vocais, levando à mudança permanente da voz;
- Infecção;
- Pneumotórax;
- Lesão de esôfago;
- Prejuízo à deglutição;
- Cicatrização hipertrófica.
A recuperação da realização do procedimento fica na dependência de diferentes fatores, como a durabilidade da traqueostomia, as condições dos tecidos ao redor da incisão e as condições físicas do paciente.
A remoção da cânula deve ser feita assim que o paciente já possa respirar normalmente por via aérea fisiológica. A dificuldade de remoção da cânula pode ocorrer nas seguintes situações:
- Persistência da causa que levou ao procedimento de traqueostomia;
- Deslocamento da parede anterior da traqueia, ocasionando obstrução da luz da mesma;
- Edema de mucosa;
- Intolerância ao aumento da resistência do ar, resultante da necessidade do ar passar pelas narinas;
- Estenoses;
- Traqueomalácea.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Traqueostomia
http://www.fmrp.usp.br/revista/2011/vol44n1/Simp7_Traqueostomia.pdf
http://www.medicinenet.com/tracheostomy/article.htm
http://www.mayoclinic.com/health/tracheostomy/MY00261