Por Fabiana Santos Gonçalves
Os lipídios provenientes da dieta são principalmente os triacilgliceróis (cerca de 90%) e o restante é constituído por fosfolipídios, colesterol, ésteres de colesterol e ácidos graxos livres.
Como os triacilgliceróis são altamente hidrofóbicos, os organismos tiveram que desenvolver adaptações relacionadas à acessibilidade dos substratos às enzimas digestivas e a tendência de formar complexos que dificultam o contato com a superfície celular.
Essas adaptações incluem:
- Aumento da área de interface entre as fases aquosas e lipídicas na forma de pequenas gotículas.
- Solubilização dos lipídios pela ação de detergentes (sais biliares)
- Presença de proteínas de proteção e ativação de uma das enzimas que degradam os triacilgliceróis.
O processo de digestão dos triacilgliceróis envolve cinco fases:
1. Os fosfolipídios são hidrossolúveis por lipases específicas. Na língua são produzidas lipases estáveis em ácido e a digestão é iniciada no estômago. A principal enzima envolvida é a lipase pancreática. As secreções pancreáticas são ricas em fosfolipases A2, liberadas como pro-enzimas, requerendo também a ação da tripsina para ser ativada.
2. Solubilização por sais biliares e transporte ao lúmen intestinal para a superfície celular. As micelas são o principal veículo deslocar lipídios do lúmen para a superfície celular, onde ocorre a absorção. Esse transporte ocorre por difusão passiva. A velocidade com que isso ocorre depende da concentração. A secreção de ácidos biliares para a absorção.
3. Captação de ácidos graxos livres e monoacilgliceróis pela célula e ressíntese de triacilgliceróis.
4. Acondicionamento de triacilgliceróis recém sintetizados ao nível de mucosa intestinal em lipoproteínas chamadas quilomícrons.
5. Exocitose dos quilomícrons pelas células e liberação da linfa.