Furacões são tempestades tropicais de núcleo quente, com ventos contínuos a partir de 110 km/h podendo chegar a mais de 294 km/h. A formação dos furacões está ligada ao aquecimento dos oceanos nas regiões tropicais e ao movimento de Coriolis. Este aquecimento gera evaporação nas camadas superficiais do oceano e a formação de grandes zonas de baixa pressão. Fluxos ascendentes levam o ar quente para altas camadas da atmosfera e fluxos descendentes, o ar frio em direção ao centro da tempestade. Quanto maior o aquecimento do oceano, mais intensa será a transformação de energia e portanto, maior a potência do furacão.
Fenômenos como o El Niño aumentam a ocorrência e a intensidade dos furacões. Para que se forme um furacão é necessário que existam temperaturas a partir dos 27°C a uma profundidade de vários metros. A maior ocorrência de furacões está restrita aos oceanos tropicais, principalmente no Norte do Oceano Atlântico, no Oceano Índico, e principalmente a região Noroeste do Pacífico. O fim do verão de cada hemisfério é a época propícia a formação de furacões. A região do Atlântico Sul raramente apresenta condições propícias para a formação de furacões (devido a temperatura mais fria do Atlântico Sul), sendo o caso mais recente o do furacão Catarina, de categoria 1, que atingiu a costa dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina em março de 2004.
Um furacão possui 3 zonas principais: Olho, coroa principal e coroa exterior, que são:
- Olho: Centro do furacão, zona sem nuvens e de ventos fracos, a sua volta encontram-se as colunas de subsidência do ar quente. Seu raio pode variar de 5 a 50 km. As “paredes” do olho no entanto são as zonas que apresentam os ventos e precipitação mais intensas.
- Coroa principal: Pode ter a largura de dezenas ou centenas de quilômetros, é a zona com maior turbulência, apresentando chuvas intensas, ventos fortes (o furacão Patricia em 2015, chegou a registrar ventos de 325 km/h) e pressão atmosférica menor. As nuvens cumuliformes que se formam nessa região podem apresentar disposição vertical de até 15 km.
- Coroa exterior: É a zona mais externa, de aceleração dos ventos alíseos que alimentam o ciclone pela base.
A escala Saffir – Simpson é uma escala de 1 até 5 que mede a intensidade dos furacões a partir da velocidade dos ventos. Na escala 1 temos ventos entre 119 e 153 km/h, na escala 2 ventos entre 154 e 177 km/h, na escala 3 ventos entre 178 e 209 km/h, na escala 4 ventos entre 210 e 294 km/h e na escala 5, a mais forte e destrutiva para seres humanos, ventos a partir de 294 km/h. Importante destacar que os ventos nos furacões perdem intensidade ao atingirem a costa, devido as rugosidades do relevo e a diminuição da oferta de calor latente.
O termo furacão é uma variação regional da denominação costumeira: Ciclone. Outras variações são Tufão, no extremo Oriente e Pacífico, Baggio nas Filipinas, Willy-Willy ou Tornado na Austrália, Travados em Madagascar, etc.
Referencial Bibliográfico:
Mendonça, F.; Danni-Oliveira, I. M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: oficina de texto, 2007.
http://www.apolo11.com/tema_furacoes_saffir_simpson.php
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u92026.shtml
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/meteorologia/furacao/