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Pele
A epiderme e a derme juntas formam uma barreira efetiva contra a maioria dos microorganismos e, por isso, a pele é chamada de primeira linha de defesa. Os microorganismos cutâneos se distribuem por toda a extensão da pele e estão mais concentrados nas áreas mais úmidas como períneo e axilas.
A pele abriga muitos microorganismos transitórios, mas as bactérias que predominam são as do gênero Staphylococcus, Corynebacterium e Propionibacterium. Streptococcus e outras bactérias são encontrados em menos quantidade e menos frequentemente.
Essas bactérias estão presentes na superfície do estrato córneo e na parte superior dos folículos pilosos, enquanto outras residem profundamente e têm a função de recolonizar a pele quando as bactérias mais superficiais são removidas.
As secreções das glândulas sudoríparas e sebáceas fornecem água, aminoácidos, sais, uréia e ácidos graxos que podem servir de nutrientes para os microorganismos.
Sangue, fluidos corporais e tecidos
Em um indivíduo saudável, o sangue, o fluido cerebroespinhal, outros fluidos corporais e os tecidos são livres de microorganismos, normalmente.
Olhos
A lágrima tende a lavar a mucosa conjuntiva, graças a uma substância antimicrobiana chamada lisozima. A conjuntiva pode ser estéril ou estar colonizada por Corynebacterium, S. epidermidis e, eventualmente outras bactérias.
Cavidade oral e vias aéreas superiores
A mucosa da região oral é mais úmida que a pele. A microbiota desta região é bastante diversificada e tem bastante importância em odontologia e medicina.
Trato respiratório inferior
A mucosa desta região não tem flora normal devido a remoção mecânica dos microorganismos pelo fluxo de muco, dirigido pelos cílios em direção ao trato superior. Esta remoção é bastante eficiente. As poucas bactérias que atravessam essa barreira são geralmente capturadas e destruídas pelos macrófagos.
Trato genito-urinário
Os rins, os ureteres e a bexiga estão normalmente livres de microorganismos, mas a região inferior da uretra, tanto no homem quanto na mulher contem bactérias como S. epidermidis, S. faecalis e corinebactérias. A urina recebe os microorganismos quando passa da bexiga para o exterior do corpo através da região inferior da uretra.
A flora normal do trato feminino é muito complexa e varia com o ciclo menstrual. Há predominância de lactobacilos ácido-tolerantes, que mantém o pH da vagina entre 4,4 e 4,6. A variação de pH está relacionada a disponibilidade de glicogênio na vagina.
Trato gastrintestinal
O ácido clorídrico do estômago destrói muitas bactérias e por isso são escassas nessa região. Poucas bactérias ocorrem no duodeno e no jejuno, mas a quantidade aumenta marcadamente no íleo.
A microbiota intestinal é dez vezes maior que o número de células que formam nossos órgãos e tecidos. Desempenha funções variadas. O intestino grosso é o mais densamente colonizado, apesar do contínuo movimento de material por este canal, da descamação de células epiteliais da ação sequestrante do muco.
Referências bibliográficas:
Luiz Rachid Trabulsi e Flavio Alterthum. Microbiologia, São Paulo: Atheneu, 2008.
Chan, E. C. S. Krieg, Noel R. Pelczar Jr. Microbiologia. São Paulo: Pearson, 1997.
Tortora, Gerard J. Funke, Berdell R. Case, Christine L. Microbiologia. São Paulo: Artmed, 2007.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/microbiologia/distribuicao-e-ocorrencia-da-flora-normal/