Marduc ou Merodaque, na versão bíblica, é uma divindade babilônica que integra o novo panteão da Mesopotâmia ancestral. Ele é fruto de um relacionamento incestuoso entre Ea, deus das águas doces, e Ninursag, deusa das montanhas entre os sumérios. Gerou Damuzi, conhecido nas Sagradas Escrituras como Tamuz e entre os egípcios como Osíris. Ele era casado com Sarpanitu.
Apesar de ter quatro olhos e ouvidos e de irromper fogo de sua língua, era um ser muito bonito. Depois de triunfar sobre a deusa Tiamat, muitas vezes descrita como um dragão e considerada a imagem do caos primitivo, foi eleito pelas outras divindades para governar a Babilônia e os Quatro Cantos da Terra.
A história principia com a desordem primordial das águas. Apsu reina sobre as águas doces e Tiamat é a representante das águas salgadas. Ambos aliam suas influências para gerar o cosmos e as divindades. A primeira geração de crianças sagradas deu origem à outra que procriou produzindo mais uma leva de deuses ruidosos que acabaram provocando a ira paterna.
Apsu determinou que os filhos fossem eliminados para que a paz retornasse ao seu mundo. Tiamat, porém, se encolerizou e recusou seus planos; embora o barulho lhe causasse também alguns transtornos, ela desculpava sua prole. Seus filhotes, porém, perceberam que corriam risco de morte e se anteciparam. Eles encomendaram ao Deus Ea a destruição do próprio pai.
Com o assassinato do marido, Tiamat se revoltou e iniciou uma guerra contra os pequenos deuses. Enquanto isso encontrou outro esposo, Kingu, e por meio dele produziu seres disformes e ameaçadores. Com este exército monstruoso ela atacou sua prole.
Seus filhos ficaram apavorados, mas neste momento surgiu Marduk, filho de Ea, o antigo Enlil dos sumérios, disposto a confrontar Tiamat em troca da liderança dos deuses. O futuro Deus Supremo atirou as criaturas monstruosas no mundo inferior e depois destruiu Tiamat com a ajuda dos sete ventos.
Nesta ocasião o corpo de sua rival foi fracionado em duas partes, a celestial, na qual as estrelas são fixadas, e a terra, esfera que abriga o lar das divindades. Este fracionamento de Tiamat simboliza a passagem do regime matriarcal para o sistema patriarcal. Nos mitos babilônicos ela é a deusa das sombras e Marduc é a divindade ligada às luzes.
É assim que Marduc se torna o maior deus da Mesopotâmia, logo após a elevação da Babilônia à posição de capital da aliança de nações do Rio Eufrates, comandada em 2250 pelo Rei Hamurabi. A única insatisfação dos deuses, nesta época, é com a carência de público.
Para suprir esta falta Marduc gera o Homem, com a função principal de reverenciar as divindades e de lhes erigir templos suntuosos. Há várias alusões ao deus nas passagens iniciais e na conclusão do Código de Hamurabi, o mais célebre códex legal do mundo antigo. Ele subsiste posteriormente como Assur, divindade mais importante dos assírios, quando os mesmos invadem a Mesopotâmia.
Fontes:
http://fernandopasserini.blogspot.com.br/2010/09/marduk-o-maldito-deus-protetor-da.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marduque
http://www.luzemhisterio.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=158
http://pt.wikipedia.org/wiki/Enki
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ninhursag
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/mitologia/marduc/