Saturno é a divindade romana mais complexa, conhecida pelos gregos como Cronos, o deus que representa o tempo. Parecia pairar sobre ele e sua família uma maldição, pois logo cedo ele expulsou o próprio pai, Urano, de sua posição soberana entre os deuses, já que o mesmo estava dominado pela insanidade, gerando muita confusão na esfera terrena. Pouco tempo depois, exercendo igualmente uma liderança tirânica, recebe uma profecia assustadora, a de que ele também seria deposto do trono por um de seus filhos.
O deus romano se casa com Réia, a qual simboliza a Terra. Ciente da predição paterna, ele devora todos os filhos, assim que nascem. Isto ocorre com Vesta, Ceres, Juno, Plutão e Netuno. Inconformada, sua esposa arma um plano para salvar Júpiter, o recém-nascido. Ela envolve uma pedra em alguns panos e a apresenta assim para o marido, tentando convencê-lo de que está lhe entregando o filho. Dominado pela gula, ele engole o objeto sem se dar conta do que ocorre, o que demonstra o caráter do tempo, o qual devora e destrói tudo que existe. Ao ingerir a pedra, ele vomita os filhos anteriormente devorados, os quais ajudam Júpiter, ao longo de dez anos de luta ferrenha, a derrotar Saturno.
Cumprindo o que fora previsto, ele é realmente exilado de seu reino, aprisionado no Tártaro, um local remoto e sombrio; depois ele reaparece no Lácio, região da Itália central, lá instaurando um período de paz e prosperidade, conhecido como a Idade do Ouro, transmitindo ao Homem os segredos da agricultura. É considerado um dos titãs - deuses que enfrentaram Zeus ou Júpiter -, gerado pela união entre o Céu, Urano, e a Terra, Gaia.
Na cidade italiana ele se transforma, adota um comportamento renovado e forma uma nova família. Roma, ciosa de que deve sua construção a Saturno, edificou-lhe um templo e um altar, localizados logo na entrada do Fórum, no Capitólio. Temerosos de que a divindade deixe o local que lhe serve de morada, ataram sua estátua com tiras de lã, só o liberando durante a realização das Saturnais, festas de caráter popular que ocorrem durante o Solstício de Inverno.
Estas festividades têm por objetivo restaurar temporariamente a era dourada em que a paz reinava absoluta. Ao longo de uma semana os dominadores servem seus escravos; todas as tarefas e combates são suspensos; fartos banquetes são servidos para todos. Essa atmosfera de liberdade chegava ao auge com a ocorrência de orgias desmedidas.
O dia em que Saturno reinava acima de todos os deuses era o sábado. Mas seu culto não ocorria igualmente em todo o império romano, concentrando-se decisivamente junto aos povos africanos. Na África sua adoração estava ligada às questões da fertilização da terra. Na Astrologia, ele é considerado um símbolo de extrema complexidade, próximo do qual os outros astros demonstram sua face sombria e perturbadora. Como um imã, Saturno atrai sombras, ruínas, violência, enfermidades e outros tantos problemas associados aos outros planetas.
Fontes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tit%C3%A3_(mitologia)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Saturno_(mitologia)
http://infinitoterapias.blogspot.com/2007/10/mitologia.html
http://www2.uol.com.br/gaiastral/capricornio/planeta.shl
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/mitologia/saturno-deus-romano/