Um dos mais influentes movimentos artísticos de avant-garde da Europa na década de 1960, Arte Povera – “arte pobre”- tem como característica formal a utilização de materiais simples e artesanais como madeira , trapos, jornais, terra, cordas , metais, etc.
As obras da Arte Povera expressavam oposição a elementos da modernidade, interpretados como responsáveis por uma sociedade consumista e agentes destruidores do senso de memória e traços do passado. Artistas desse movimento também mantinham restrições aos aspectos tecnológicos e o racionalismo científico que eles consideravam presentes no Minimalismo. Assim, eles procuravam criar obras cobertas por uma atmosfera misteriosa, marcadas por contrastes e justaposições entre o novo e o velho, o natural e o industrializado. O uso de materiais “pobres” era também uma reação às pinturas abstratas – hegemônicas no cenário artístico dos anos 1950 e 1960- que na visão dos artistas da Arte Povera expressavam uma visão muito individualista além de permanecerem presas a tradições artísticas. As obras da Arte Povera, ao apresentar materiais ditos “pobres”, procurava uma aproximação entre a arte e a vida cotidiana. Outra característica de algumas dessas obras era a incorporação de propriedades físicas dos materiais, como a oxidação do metal ou apodrecimento de vegetais, evidenciando oposições entre o eterno e o efêmero.
Em 1967 o crítico de arte Germano Celant usou pela primeira vez o termo Arte Povera para descrever um grupo de artistas italianos. Trabalhos como “Floor Tautology” de Luciano Favro -em que um chão comum após ter sido encerado permanece coberto por folhas jornais com o objetivo de manter o ato de limpeza- ou “Cubic Meters of Earth” de Pino Pascali – em que formas sólidas feitas de terra evidencia o natural e sujo transformado em linhas limpas e artificiais. No manifesto “Arte Povera: Notes for a Guerilla War” Celant inclui os seguintes artistas no movimento: Alighiero Boetti, Luciano Fabro, Jannis Kounellis, Giulio Paolini, Pino Pascali, Emilio Prini, Giovanni Anselmo, Piero Gilardi, Mario Merz, Gianni Piacentino, Michelangelo Pistoletto e Gilberto Zorio.
Em meados da década de 1970 a Arte Povera, como movimento, chega ao fim com seus artistas desenvolvendo obras em direções diversas. Apesar do breve período de existência, a Arte Povera marcou seu nome na história da arte.
Fontes:
http://www.theartstory.org/movement-arte-povera.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_Povera
http://educacao.uol.com.br/artes/arte-povera.jhtm