O Pré-Simbolismo iniciou-se no começo do século XX, e não foi considerado uma escola literária.
Nesse período, por todo o Brasil, estava acontecendo algo marcante:
- Revolução de Canudos
- O Ciclo do Cangaço
- O Misticismo do Padre Cícero
- A Revolução do Contestado
- O Ciclo da Borracha
- A Revolta da Vacina
- A Revolta da Chibata
- A Greve dos operários
- República do Café-com-Leite
Todos acontecimentos vão influenciar a literatura brasileira, trazendo novos temas sobre um novo país.
Agora, os autores retratam um país doente, pobre, ignorado e esquecido. Eles tentam reinterpretar a vida social e a miséria, querendo saber de onde vieram os problemas e suas consequências.
As obras sofrem influência do grupo passadista, que mantém o passado vivo. Também recebem influência do grupo renovador, inovador, sendo considerado um dos primeiros passos do que será constituído no Modernismo.
As características que surgem nessas obras são:
- Regionalismo: o homem da região, as tradições, a forma de falar.
- Denúncia da realidade.
- Personagens marginalizados: o pobre, o ex-escravo, as pessoas simples.
- Sincretismo: novas formas de escrever.
- Novas formas de expressão: romances de tese, ensaio, panfleto que documentam os problemas regionais.
- As obras vão denunciar os problemas, protestar, criticar e documentar, chegando às diversas classes sociais.
- Há dois países diferentes: o rural que mantém a economia do país, onde existem pessoas esquecidas e há outro país onde existem tecnologia e pessoas refinadas.
Autores pré-simbolistas
- Graça Aranha (1868-1931): Foi escritor e diplomata brasileiro. Os seus textos tratam sobre a imigração, analisa o Brasil e as suas regiões e onde os seus personagens se encontram. Retrata a natureza de uma forma real, mostrando o belo e o feio. Escreveu romance de tese com sincretismo. A sua principal obra é “Canaã”.
- Euclides da Cunha (1866-1909): Foi jornalista, escritor, poeta, historiador, engenheiro e professor. As suas obras tratam sobre os conceitos da sociedade brasileira. “Os Sertões”, retrata a saga do povo sertanejo em sua luta diária contra os abusos da elite. Utilizou de vocabulário raro e extenso, com estilo de prosa artística e científica, bem como intensificou e engrandeceu os fatos de sua narrativa.
- Monteiro Lobato (1882-1948): Foi escritor, tradutor, ativista político, diretor e produtor. Ficou conhecido pelas suas inúmeras obras para o público infantil. Foi autor do Sítio do Pica-Pau Amarelo, sendo responsável pelas criações dos seguintes personagens: Visconde de Sabugosa, Cuca, a boneca Emília, Saci Pererê, Rabicó, entre outros. Além disso, também criou o famoso personagem Jeca Tatu, que denunciava as injustiças sociais que aconteciam no interior paulista. Utiliza de linguagem culta.
- Lima Barreto (1881-1922): Foi escritor e jornalista, conhecido por criticar, através de suas obras, as injustiças sociais. A maioria de suas obras foram descobertas de publicadas depois de sua morte, sendo a principal “Triste Fim de Policarpo Quaresma”. O autor dividiu-a em três partes, retratando a vida do personagem central: Policarpo Quaresma. É um funcionário público patriota e nacionalista, que valoriza o violão, a modinha e o folclore, bem como reconhece o tupi como língua oficial do país. Com linguagem mais simples e local, o autor narra uma história em que o personagem tece duras críticas ao presidente Marechal Floriano, sendo condenado mais tarde ao fuzilamento. Fala sobre preconceito, com tom de humor e ironia.
- Simões Lopes Neto (1865-1916): Foi escritor e empresário brasileiro. Trata sobre os costumes dos pampas, com linguagem local. Mostra as tradições, como se fala, o que se come, mostra a natureza, as lendas regionais. Seus personagens estão ingressos no interior do Rio Grande do Sul, mas com conflitos sociais universal. A sua principal obra são os “Contos Gauchecos”.
- Augusto dos Anjos (1884-1914): Foi poeta brasileiro. As suas poesias obras constam linguagem culta, com padrão de poesia clássica. O autor analisa o existencialismo, fala sobre a morte, as angustias da vida e a forma materialista do corpo.