É chamado alaúde o instrumento cordofone de braço (local onde repousa a mão que pressiona as cordas) curto, utilizado para solo, bastante popular na música do período do Renascimento na Europa. Sua importância na música renascentista é bastante enfatizado em pinturas, gravuras e descrições de época. Além disso, o alaúde é ancestral direto de boa parte dos instrumentos de corda surgidos na Europa em épocas posteriores.
Ainda no fim da Idade Média, os europeus utilizavam um instrumento bastante similar ao ud árabe, com quatro pares de cordas, tocado de forma similar, e não utilizado em solos, mas como parte de uma pequena orquestra, dando o ritmo e a melodia. O uso de um plectrum (palheta), assim como em seu parente árabe, limitava as suas possibilidades. Na metade do século XV, o alaúde já contava com cinco pares de cordas, e no XVI, mais um par era adicionado, chegando ao fim do século XVI ao número de 20 cordas, organizadas em 10 pares. Além disso, a técnica mudava, sendo agora o instrumento dedilhado, abandonando-se a palheta ou plectrum. Já nessa época, era o instrumento de maior popularidade entre os músicos, sendo a primeira escolha para acompanhamento vocal e música de câmara.
Durante o período barroco o desenvolvimento do alaúde que até então possuía uma forma unificada de construção e afinação por toda a Europa começa a metamorfosear-se, e o alaúde vai dando origem a outros instrumentos de cordas, como por exemplo, a vihuela, na Espanha, que mais tarde, vai dar origem à guitarra (violão). O papel do baixo no alaúde torna-se maisimportante, devido a considerações harmônicas e novos estilos musicais. A textura sonora começou a ser explorada e expandida em direção às cordas do baixo. Desta forma instrumentosmaiores e mais poderosos foram construídos.
No século XVII, a prática do alaúde está centrada na Alemanha, na região da Silésia, onde o instrumento recebe ainda mais cordas, chegando a 13 pares. É a este tipo de alaúde que Johann Sebastian Bach dedicou várias peças. No fim do século XVIII, devido à complexidade que o instrumento assumira, que este começa a desaparecer e perder popularidade na Europa. Em uma ou outra região da Áustria ou Alemanha podia-se ainda encontrar um músico da corte de algum príncipe que dominava o instrumento, mas o seu desuso já era evidente.
Hoje em dia, o alaúde permanece sendo utilizado, especialmente em grupos dedicados à execução de música europeia da Renascença, época de seu auge, e onde o maior número de obras foram compostas especialmente para o instrumento.
Bibliografia:
KÓNYA, István. Lute History (em inglês). Disponível em <http://www.lant.hu/lant_t_en.