Berimbau

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Recebe o nome de berimbau um instrumento de percussão característico do Brasil, figura indispensável em todas as rodas de capoeira, apesar de estar presente em outros contextos, como por exemplo as celebrações do candomblé-de-caboclo (segmento do candomblé que inclui em seu meio o culto a outras entidades de origem indígena e mestiça). Nos tempos de escravidão, os africanos utilizavam-se do berimbau para comunicar-se de modo sigiloso.

Apesar de uma ou outra discordância, é quase pacífico o entendimento de que o instrumento tenha origem na África e seja de origem bantu, sendo que podemos até hoje encontrar em partes do continente, especialmente na região sul, instrumentos bastante similares e tocados de modo similares ao berimbau. Na verdade, o instrumento migrou até mesmo para a Índia, onde a comunidade siddhi (os siddhis indianos são descendentes de escravos africanos, vindos de Moçambique, Tanzânia e Quênia) utiliza um instrumento musical idêntico ao berimbau, e que recebe o nome de "malunga".

O instrumento é composto de uma cabaça, um arco geralmente feito da madeira chamada biriba, a qual é envergada por um cabo de arame, uma baqueta com a qual se percute o arame; ao mesmo tempo em que a mão da baqueta percute o arame, esta segura o caxixi, um pequeno cesto contendo pequenas sementes ou algo similar dentro, que ajuda no som percussivo; com a outra mão, o instrumentista segura uma pedra ou um pedaço de metal (popularmente chamado de dobrão) que é levado de encontro ao arame, causando variação nos tons emitido pelo arco.

O berimbau produz, basicamente, três texturas de sons, que são a solta (sem a pedra, com o instrumento longe do corpo), presa (com a pedra friccionando o arame, com a baqueta atuando acima da pedra, com o instrumento longe do corpo) e chiado (com a pedra tocando o arame de modo solto, livre, com a baqueta atuando acima da pedra, com o instrumento preso ao corpo).

Os ritmos comuns ao berimbau são basicamente:

  • Angola (solto, preso, silêncio, dois breves chiados)
  • São Bento Pequeno de Angola (preso, solto, silêncio, dois breves chiados)
  • São Bento Grande (preso, solto, solto, dois breves chiados)
  • Benguela (solto, preso, preso, dois breves chiados)
  • Toque do mestre Bimba (São Bento Grande do mestre Bimba) (solto, solto, preso, dois breves chiados combinado a solto, dois breves chiados preso, dois breves chiados )

Outros ritmos:

  • Cavalaria (solto, chiado, solto, dois breves chiados combinado a solto, preso, solto, dois breves chiados )
  • Iuna (solto, chiado, solto, chiado, solto, chiado, solto, chiado, solto, chiado, solto, solto, chiado, solto, chiado, solto, solto, solto, solto, solto, solto, solto, chiado, solto, solto, chiado, solto, chiado, )
  • Miudinho (preso, chiado, chiado, preso, chiado, chiado combinado a preso, chiado, chiado, preso, solto, preso)

Bibliografia:
FABIAN. Berimbau Manual (em inglês). Disponível em <http://capoeirashanghai.com/capoeira/music/136>. Acesso em: 02 out. 2011.

Apsara Midia for Intercultural Education . THE SIDI MALUNGA PROJECT: Rejuvenating the African Musical Bow in India (em inglês).Disponível em <http://www.apsara-media.com/Sidi%20Malunga%20Project.html>. Acesso em: 02 out. 2011.

Ilustração: http://blogdoportallivre.wordpress.com/2008/05/15/qi-do-berimbau/

Arquivado em: Música
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