O câncer de pênis é raro, acomete cerca de 2% dos homens e ocorre com maior frequência em homens a partir dos 50 anos de idade, embora não seja restrito apenas para homens mais velhos, podendo acometer os mais jovens. Os principais fatores de risco para o câncer de pênis são a falta de higiene do órgão genital, fimose e infecção pelo vírus HPV. Este tipo de câncer está relacionado a baixas condições socioeconômicas e as maiores taxas de incidência são nas regiões norte e nordeste.
Em homens com fimose, que é a incapacidade de retrair a pele do pênis sobre a glande e expor a cabeça do pênis, a chance de desenvolver o câncer de pênis é maior, porém, a falta de higiene intima ainda é o principal fator de risco.
A infecção pelo HPV também pode ser responsável pelo desenvolvimento da doença. O HPV é muito conhecido como o fator de risco para o câncer de colo de útero nas mulheres, entretanto, alguns subtipos do vírus são responsáveis pelo câncer no pênis.
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Diagnóstico
Assim como em todos os casos de câncer, o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. Inicialmente surge uma pequena ferida, uma lesão, normalmente indolor, que demora para cicatrizar e conforme vai evoluindo, começam sangramentos. Com o passar do tempo, o tumor se espalha pelo interior do órgão e atinge os gânglios linfáticos da virilha e abdome.
Em geral, o diagnóstico é tardio, e isso acarreta em complicações, com consequências físicas e psicológicas e em casos mais graves até a amputação do órgão.
A confirmação do diagnóstico é realizada através da biópsia, que é a retirada de um fragmento da lesão do tecido comprometido para verificar se a lesão é de fato maligna e o tipo de câncer. Em sua maioria, trata-se do carcinoma de células escamosas.
Tratamento
O tratamento depende do estágio da doença, sendo indicado pelo médico especialista o melhor para o paciente. Normalmente a cirurgia para remoção da lesão é realizada. Se a lesão for diagnosticada logo no início e for pequena, pode ser realizada a retirada por biópsia, mas em casos em que a lesão é grande ou está em estágios avançados, a cirurgia é o procedimento mais indicado. Sempre que possível, o médico tenta preservar a aparência do órgão, a função sexual e a capacidade de urinar em pé. Em casos onde não é possível preservar parte suficiente do pênis é realizada a penectomia total, incluindo as ligações com a pele. Em casos onde é possível retirar apenas a cabeça do pênis é realizada a penectomia parcial.
Se a lesão for grande e comprometer outras regiões com linfonodos acometidos na virilha, maior a chance de amputação do membro, que traz consequências físicas, sexuais e psicológicas ao homem. Por isso, quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura. Existe também a técnica de laserterapia, que consiste na retirada da lesão pela cirurgia de Mohs.
O cirurgião cria uma nova abertura para a eliminação da urina. Em casos muito avançados, o escroto e testículos também precisam ser removidos e o paciente terá de fazer reposição de testosterona pelo resto da vida.
Prevenção
Como a principal causa do câncer de pênis é a higienização incorreta, medidas simples como a limpeza diária do órgão com água e sabão, são fundamentais. A limpeza do órgão genital durante o banho, por exemplo, impede o acúmulo de secreção, e assim previne a inflamação crônica. É recomendado a limpeza também após relação sexual e masturbação.
A cirurgia de fimose também é indicada como um fator de prevenção pois o acumulo de pele impede a completa limpeza do pênis. Trata-se de uma cirurgia simples, em geral sem a necessidade de internação. O processo também é conhecido como, circuncisão, e normalmente é realizada ainda na infância.
Outro fator associado com o câncer de pênis é o HPV, um vírus sexualmente transmissível, então a utilização de preservativos é outra forma de prevenção da doença.
Fonte:
https://accamargo.org.br/tipos-de-cancer/penis
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-penis
http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/cancer-de-penis