Neurogênese é a formação de novos neurônios. Antigamente, até meados do século XX, pensava-se que os neurônios só eram formados enquanto o cérebro se desenvolvia e que quando este desenvolvimento cessava a formação dos neurônios também acabaria. No entanto, estudos recentes mostraram que a formação dos neurônios, a neurogênese, continua em partes especificas do cérebro, que em humano adulto acontece, principalmente, no hipocampo e logo após migram para o bulbo olfatório. Muitos estudos estão sendo realizados para entendermos como este processo acontece no organismo, em destaque no hipocampo.
O hipocampo é a estrutura do cérebro que é responsável por armazenar temporariamente a memória, principalmente a de longo prazo. E a formação de novos neurônios nesta estrutura faz com que aumente a capacidade de relacionar memórias passadas com os acontecimentos do presente. Sendo assim, a neurogênese, compensa a morte de alguns neurônios. Este processo é importante na manutenção da vida, na capacidade do cérebro de se adaptar a novas experiências.
Alguns fatores podem diminuir o surgimento de novos neurônios, como o estresse, sedentarismo e noites mal dormidas. Enquanto as exposições a um ambiente que desenvolva o lado cognitivo e a prática regular de exercícios podem desencadear o aparecimento de novos neurônios.
A neurogênese se inicia com o aumento das células progenitoras, que logo depois sofre a diferenciação, determinação do tipo neural e conexão a redes já existentes, por sinapses neurais.
O fundador da neurociência moderna, o médico Santiago Ramon y Cajal, escreveu um artigo em 1928, onde ele dizia que o sistema nervoso central era uma estrutura fixa e estável, ou seja, o surgimento de novos neurônios não acontecia no cérebro dos adultos. A partir deste momento esta informação passou a ser uma verdade incontestável. No entanto, um neurocientista americano e um bioquímico indiano contestaram esta informação em 1965. Eles mostraram evidencias de formação de novos neurônios no sistema nervoso central de ratos adultos, mas seus resultados não foram aceitos pelos cientistas da época. Nas décadas de 1970 e 1980, novos estudos foram realizados e novas evidencias foram encontradas sobre a formação de novos neurônios no hipocampo de ratos e canários adultos, mas estes estudos não desacreditou o médico Santiago Ramon y Cajal. Até que em 1990, uma psicóloga e neurocientista norte-americana Elizabeth Gould, apresentou novos estudos, onde ela conseguiu provar a neurogênese no giro dentado (uma das regiões do hipocampo). Estes estudos foram realizados em ratos, sagüis e macacos adultos. Outro estudo realizado pelo neurocientista Fred Gage e colaboradores, mostrou indícios da neurogênese em humanos adultos. Com isso, a neurogênese passou a ser aceita pela maioria dos cientistas.
Existem cientistas que são contra este processo em humanos adultos, eles dizem que os dados de experimentos com roedores não podem ser aplicados aos humanos.
Referência Bibliográfica:
http://www.psiconlinews.com/2016/07/neurogenese-como-novos-neuronios-sao-formados.html
http://www.bv.fapesp.br/namidia/noticia/35498/novos-neuronios-sao-gerados-cerebro/
FERREIRA, Ana Francisca Barros. Neuroplasticidade induzida pelo exercício: efeitos sobre o hipocampo e regiões motoras do encéfalo de ratos. 2011. Tese (Doutorado em Fisiologia Humana) - Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011. doi:10.11606/T.42.2011.tde-04102011-161054. Acesso em: 2017-08-08.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/neurologia/neurogenese/