Por Ana Lucia Santana
A paraplegia é uma enfermidade provocada por lesão da medula, geralmente desencadeada em consequência de acidentes que ocasionam feridas e contusões sérias; pelo desenvolvimento de tumores e eclosão de infecções. Ela pode ser completa ou incompleta, em virtude da presença ou da ausência do domínio sobre a região lesada e da capacidade de sentir estímulos na esfera periférica, ou seja, no campo inferior à contusão do paciente.
Normalmente o paraplégico passa a não ter mais o controle e a possibilidade de ter sensações nos membros inferiores, o que lhe impede de se movimentar e complica suas tentativas de se manter sentado. Os traumatismos mais comuns na medula espinhal são provocados por acidentes automobilísticos ou pelos mergulhos em superfícies líquidas não profundas.
Os danos medulares não permitem que os estímulos voluntários provenientes da região cerebral, e direcionados para os músculos, avancem e atinjam seu alvo, e que haja um retorno da esfera sensorial da cútis ao cérebro. Quanto mais elevada for a contusão na coluna, na região dorsal ou lombar, mais intensa será a perda do domínio sobre os movimentos e as sensações.
Depois da contusão a musculatura se torna frouxa, pois deixa de recepcionar os impulsos enviados pelo cérebro; desta forma, há uma redução significativa da massa muscular. Ocorrem também espasmos, que provocam agitações involuntárias dos membros, o que constrange muito o paciente e, algumas vezes, dificulta a vivência de um cotidiano normal.
Outro problema constante é o descontrole dos movimentos da bexiga e do intestino. Isto resulta em emissão automática de urina e de substâncias fecais ou, em outro extremo, a retenção destes elementos. Às vezes este mecanismo acaba desencadeando um surto de infecção urinária.
Comumente as paraplegias são não reversíveis quando elas são desencadeadas por uma sutura transversal da medula ou por fatores inatos; ou reversíveis, quando resultam de uma pressão na medula – neste caso é necessário um procedimento cirúrgico urgente -, de infecções ou de processos degenerativos.
Sinais importantes que contribuem para detectar a paraplegia são: a impossibilidade de movimentar os membros inferiores; a ausência de sensações e formigamento na região de baixo do organismo físico; e a liberação involuntária de urina. Se ela for apenas um sintoma de outra enfermidade, desaparecerá conforme a doença for tratada.
Quando o distúrbio for não reversível, o paciente não tem outra saída senão adaptar-se a este contexto. Há várias possibilidades, principalmente com a tecnologia atual, de se transformar a vida de um cadeirante em algo mais confortável e ameno. Ele deve ter uma preocupação constante com a derme, para que as partes mais expostas ao toque do colchão ou da cadeira de rodas não sejam feridas. O ideal é que os paraplégicos usem colchões de água e cadeiras específicas.
As paraplegias sujeitas à reversão podem ser curadas parcial ou completamente, através de projetos de reparações orgânicas e resgates de funções, que demandam um tratamento longo e integral. Se houver a presença de tumores, eles precisam ser retirados. No caso de infecções, o uso de antibióticos pode ajudar a reverter o quadro.
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Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/neurologia/paraplegia/