Por Ana Lucia Santana
Na tetraplegia ou quadriplegia o paciente tem sua movimentação rigidamente reduzida, pois a paralisia atinge os quatro membros, superiores e inferiores. Esta limitação é mais ou menos grave, pois a pessoa pode simplesmente ter sua força danificada ou ficar definitivamente paralisada. Às vezes até a respiração se torna mais difícil.
Várias podem ser as causas da tetraplegia, mas praticamente todas têm em comum um fator essencial, as lesões medulares provocadas na coluna cervical. Os elementos que desencadeiam este quadro se resumem, quase sempre, a acidentes automobilísticos, mergulhos de cabeça em superfícies líquidas, projéteis, erros médicos e os AVCs – Acidentes Vasculares Cerebrais.
Esta enfermidade também pode ser sintoma de alguns distúrbios neurológicos sérios que envolvem danos cerebrais ou da medula. Assim, pode ocorrer em hemorragias cerebrais, no caso de traumas, desordens da coagulação, mutações vasculares inatas, quando o sangramento atinge o tronco encefálico, pois neste quadro rompe-se um vaso cerebral.
Ela pode igualmente incidir no contexto de uma insuficiência vértebro-basilar, que consiste em um surto de isquemia aguda originária de uma carência de fluxo sanguíneo na artéria basilar; e em casos de esclerose lateral miontrófica, que desencadeia definhamento crescente e imobilização dos músculos esqueléticos, resultando mais adiante na falta de movimento das quatro extremidades, atingindo também o pescoço e a língua.
As tetraplegias são, assim, em grande parte decorrentes de outras enfermidades neurológicas ou de intervenções cirúrgicas neste campo, o que as tornam não reversíveis. Aqueles que não morrem ficam totalmente à mercê dos cuidados de outras pessoas por toda a sua existência.
Os pacientes necessitam da tutela alheia não só para as atividades que lhes exigiriam o movimento, mas até mesmo para as pequenas ações rotineiras, como a alimentação e a higiene individual. Eles também carecem de equipamentos como cadeiras de rodas específicas movidas com o movimento do queixo; apetrechos verticais que garantem a postura ereta; e aparelhos que permitem a respiração assistida.
As estatísticas apontam que há uma quantidade maior do que se pensa de pessoas atingidas pela tetraplegia, pois muitas delas estão invisíveis aos olhos da sociedade, uma vez que elas são preservadas em seus lares, mais especificamente nas suas camas, totalmente à margem da vida.
Quanto mais inferior for a classe social do paciente, menos recursos econômicos ele tem para se tratar, o que resulta na total inacessibilidade às novas tecnologias e oportunidades de tratamento. Não lhe resta outra opção, então, senão se manter à parte da convivência social.
É importante distinguir as diferenças entre tetraplegia – danos na região superior da medula, que atingem as quatro extremidades -; quadriplegia – lesão no encéfalo, afetando igualmente os quatro membros -; plegias – paralisia ou imobilização completa – e paresias – redução parcial do movimento.
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