Em 2015, uma pesquisa da ICEF Monitor estimou que cinco milhões de pessoas estavam estudando fora de seus países de origem. O Brasil é o sexto maior “exportador” de alunos no mundo: no ano passado, 232.447 mil brasileiros realizaram intercâmbios no exterior. Neste guia, dividido em duas partes, explicamos como funcionam as viagens de estudo e trabalho mais comuns entre os brasileiros. Confira:
Parte 1: Intercâmbios de estudo
Cursos de idiomas
De acordo com uma pesquisa realizada pela BELTA (Brazilian Educational & Language Travel Association), a modalidade de intercâmbio mais procurada pelos brasileiros é a que envolve cursos de idiomas. Eles podem ser realizados através de agências de viagens especializadas na área ou por iniciativa própria dos estudantes, que podem se inscrever diretamente em escolas de idioma no exterior que ofereçam esse tipo de programa. A maioria desses cursos tem duração curta, de duas semanas a seis meses, mas há uma grande variedade de opções: os estudantes podem fazer cursos intensivos, semi-intensivos, com foco em certificados de língua e provas de proficiência, como IELTS, Cambridge e TOEFL, ou que envolvam atividades culturais no currículo, entre outros. Alguns desses cursos unem estudo e trabalho, ajudando os estudantes a custearem uma parte do valor.
Intercâmbio acadêmico/universitário
A grande maioria das universidades públicas (estaduais e federais) brasileiras possuem acordos de intercâmbio com universidades estrangeiras — várias instituições particulares também. As oportunidades podem ser para graduação, pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) ou pós-graduação (MBA e Master). Esses intercâmbios podem ser financiados pelos próprios estudantes, pelas Universidades ou por bolsas de instituições, como o Santander Universidades e o Erasmus. Algumas universidades possuem acordos bilaterais, que isentam os intercambistas dos custos de matrícula e mensalidade. Os intercâmbios podem ter curta duração, de seis meses a um ano, ou serem cursados na modalidade “sanduíche” (em um Doutorado que tem duração de quatro anos, por exemplo, dois deles são cursados no exterior). Em geral, há um processo de admissão, que envolve análise de currículo e/ou histórico escolar, carta de recomendação e exigência de teste de proficiência no idioma da instituição estrangeira.
Summer School (escolas de verão)
No hemisfério norte, o verão começa no mês de junho e se estende até setembro. Nas férias de julho, diversas escolas e grandes universidades dos Estados Unidos e da Europa oferecem cursos rápidos, com duração de 3 a 8 semanas, para estudantes internos e intercambistas. Essas atividades geralmente abordam áreas específicas de conhecimento, como astronomia, biologia e literatura, por exemplo. Os estudantes matriculados nesses cursos podem desfrutar de toda a infraestrutura das escolas e universidades estrangeiras, além de terem aulas com os docentes das instituições, por um valor bem inferior ao de um intercâmbio de seis meses ou um ano. Mais recentemente, instituições de outros países, como o Brasil, também têm oferecido escolas de verão.
High School (Ensino Médio)
Como o nome indica, essa modalidade de intercâmbio é voltada para estudantes da primeira a terceira série do ensino médio. O programa consiste em passar seis meses ou um ano em uma escola no exterior. Esse período pode ser reconhecido no Brasil, para que o estudante não “perca” o semestre ou o ano letivo. Nestes intercâmbios, os estudantes geralmente ficam hospedados em casas de famílias estrangeiras, onde entram em contato direto com a cultura e o dia-a-dia do país em que estão inseridos.
Na próxima semana, publicaremos a segunda parte deste guia, que é voltada para intercâmbios de estágio e trabalho. Não perca!