Estudantes da rede pública de ensino do Estado de São Paulo denunciaram ontem (07/04) à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) a repressão policial nas manifestações realizadas em 2015 pelos alunos e professores contra a reorganização escolar no Estado.
Na notificação entregue pelos jovens à CIDH constava prática de ameaças pela Polícia Militar, intimidação verbal, agressões, uso abusivo de armamento menos letal e detenções arbitrárias.
O procurador-geral do estado de São Paulo, Elival da Silva Ramos justificou a atuação da PM. “As reações da polícia foram proporcionais em cada caso. Se houve abuso, esses abusos devem ser punidos, de fato, na forma da lei, na medida em esses fatos sejam trazidos ao estado”, esclareceu Elival.
No final do ano passado, durante os protestos, mais de 200 escolas estaduais foram ocupadas por estudantes que lutavam contra as mudanças que aconteceriam em todo Estado de São Paulo. O governo do Estado chegou a decretar o novo sistema para início do ano letivo de 2016 na qual 94 escolas seriam fechadas e mais de 1000 passariam a ser separadas por ciclos. Milhares de alunos seriam transferidos para outras unidades, algumas com percurso mais distante e os profissionais também seriam demitidos ou remanejados. A luta da população contra a reformulação resultou na suspensão do projeto de reorganização escolar pela Justiça Federal.