Não confundir: Ensino a Distância (EAD) com acesso remoto em tempos de COVID-19

04/11/2020 - 16h15 - Por InfoEscola

Por Felipe Reis Couto Barros, advogado do MLA – Miranda Lima Advogados.

Nos últimos meses vivemos uma fase difícil e desafiadora para a humanidade. Uma pandemia que nos trouxe certezas e incertezas que levaremos para o resto de nossas vidas.

A gripe causada pelo coronavírus ainda é incurável, afetando um grande número de pessoas e mortes em todo o mundo. A recomendação é nos mantermos em casa, o isolamento social hoje é a nossa maior segurança.

Ao transitar pelo mundo virtual, depara-se com uma discussão sem fim sobre o ensino remoto utilizado como alternativa para solucionar esse problema temporário.

Com isso, surgiu a ideia da utilização de plataformas virtuais que trazem a oportunidade de integração de diversos perfis em tempo real, tendo como objetivo principal a transmissão de conhecimento, mas com uma intenção de oportunizar a continuação do vínculo escolar formado pelos alunos.

Vislumbrou-se, então, uma dura crítica sobre a modalidade, confundindo seu real objetivo, com a intenção do ensino à distância, mostrando que o povo ainda não tem o total conhecimento de como seria o funcionamento deste tipo de ensino.

De norte, longe de tratar-se de modalidades sinônimo.

Este presente artigo tentará mostrar as principais diferenças adotadas entre os tipos de ensino acima listados.

Ensino a distância (EAD)

Uma nova modalidade de ensino desenvolvida já em alguns países, vem ganhando força no cenário nacional, com alguns entusiastas e outros desconfiados com novo ensino.

De acordo com a definição do MEC (Ministério da Educação):

“é a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos”.

Umas das características marcantes do EAD é o uso da tecnologia. No entanto, uma das exigências do MEC é que ocorram alguns encontros presenciais para apresentar trabalhos, fazer provas finais.

O ensino a distância após o surgimento da internet tornou-se mais atrativo, ainda mais com as facilidades proporcionadas por esta tecnologia.

É de extrema importância para educação brasileira, pois possibilita uma forma de aprendizagem diferente, que multiplica o conhecimento, onde pessoas que não tem condições e nem tempo de frequentar um ambiente físico de ensino, conseguem por meio desta modalidade uma maneira mais prática, dinâmica, simples e rápida de ter acesso ao conteúdo e também de aprender. Como ressalta Mendonça (2016, p.2)

Com isso, conseguimos enxergar na EAD uma nova forma de ensino, mas que tem muito a amadurecer no país, pois, como visto, tem diversas acepções, sem um conceito e modo firme de ser difundida na sociedade e ser aceita amplamente.

Ensino Remoto na pandemia

Uma solução rápida para um problema que chegou atingindo o mundo.

Usando plataformas digitais de integração, professores fazem uma “live” com os alunos para em uma forma dinâmica e integrativa tentarem passar o conteúdo programado no currículo anual criado em uma época que não se tinha ideia da situação que estaríamos vivemos nos dias atuais.

Mostra-se necessário, paciência e empatia com nossos profissionais da educação, pois também é algo inovador na vida profissional de todos. NINGUÉM usando futurologia imaginava atual cenário.

Modalidade de ensino que tem sofrido diversas críticas, mostrando a dificuldade de adaptação de alunos e familiares.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDN) admite que os sistemas de ensino, em situações emergenciais realizem a atividade a distância.

O §4ª da lei citada afirma esta possibilidade.

O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais.

Essas atividades não presenciais podem ser organizadas oficialmente e validadas como conteúdo acadêmico aplicado. Para isso, as redes de ensino ou escolas precisam adequar sua metodologia de ensino aos recursos tecnológicos necessários.

Nos casos de redes de ensino que não consigam ministrar aulas a distância, as atividades escolares devem ser repostas, seja em relação aos conteúdos, seja em relação aos dias letivos.

Conclusão

Como podemos demonstrar acima, as modalidades de ensino não têm características parecidas, tornando rasa qualquer tentativa de equipará-las.

Se extrai dessa análise que o ensino a distância precisa urgentemente ser mais notado no cenário nacional, mostrando que fora utilizado em época eleitoral para captar votos e apoiadores para se eleger.

Conclui-se que a forma de ensino pode trazer diversos benefícios para educação do país, mas desde que seja utilizada de forma consciente e real, pois se a mesma for utilizada para tentativa de oposição a ensinos por ideologia política, a EAD será usada única e exclusivamente para tentativa de fugir da realidade. Por isso, importante sempre reforçar e tornar de conhecimento nacional as intenções e objetivos dessa modalidade de ensino.

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