Pesquisadoras do Laboratório de Controle Ambiental (LCA) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), desenvolveram um novo material filtrante com capacidade de reter partículas muito pequenas (como vírus e bactérias) no ar que respiramos. O seu efeito é biocida e o material é biodegradável.
Trata-se da aplicação de nanofibras biodegradáveis compostas por acetato de celulose e brometo de cetilpiridinio. O acetato de celulose é considerado o polímero mais abundante da Terra, originado da celulose, produzida a partir de várias fontes como a polpa da madeira, bagaço da-cana-de-açúcar, palha de milho e caroço de manga. Ele dá "corpo" à fibra, sendo responsável pela sua estrutura física e pela resistência mecânica e térmica do material, levando assim à capacidade de filtragem do ar. O brometo de cetilpiridino confere a ação biocida, eliminando quase que totalmente a presença de bactérias Escherichia coli e Staphylococcus aureus, que podem desencadear processos infecciosos.
De acordo com a UFSC, as nanofibras foram produzidas por meio de técnica de eletrofiação, em que um campo elétrico é aplicado a uma gota de solução de um polímero na ponta da agulha de uma seringa, resultando na evaporação do solvente e produção de fibra, depositada sobre um coletor fixo ou giratório. Os desafios estão na combinação de diferentes parâmetros - como concentração da solução, diâmetro da agulha e distância entre ponta da agulha e coletor - para obtenção do material com características desejadas.
O estudo foi realizado por Daniela S. de Almeida, pesquisadora de pós-doutorado no Departamento de Engenharia Química da UFSCar, sob supervisão de Mônica Lopes Aguiar, que coordena o LCA junto com Vádila Guerra, em parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
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