- Profissionais recém-formados têm melhor percepção sobre a preparação para a carreira antes de inserirem no mercado de trabalho
- Em geral, os estudantes saem das faculdades sentindo-se preparados para o mercado de trabalho, mas com incertezas quanto à jornada profissional
A preparação para a carreira profissional por si só pode não ser suficiente em uma era que ainda está aderindo à explosão de informações encadeada pela Internet. Novas formas de aprendizagem surgem, criando mudanças e incertezas em muitas esferas, principalmente relacionadas ao mercado profissional. A aprendizagem formal direcionada para uma carreira continua importante, mas deve ser combinada com o desenvolvimento de habilidades e a capacidade contínua de aprender e se adaptar.
Um estudo encomendado pela Canvas by Instructure, empresa de tecnologia de software como serviço (SaaS) que desenvolve soluções para tornar as pessoas mais inteligentes, trouxe à tona o debate sobre o papel do ensino superior na preparação para a carreira profissional. A pesquisa, aplicada em 14 países incluindo o Brasil em 2015, mostrou que as instituições ao redor do mundo possuem diferentes visões acerca de como conduzir a vocação profissional. Foram consultados 7.848 estudantes e recém-formados, com o objetivo de conhecer suas percepções sobre a preparação que recebem nas faculdades para a vida profissional, suas necessidades pessoais de suporte para uma aprendizagem contínua e também a eficiência das instituições em prepará-los para essa jornada.
O levantamento considera que há um conjunto de fatores conduzindo essa discussão globalmente, como a mudança no perfil demográfico dos estudantes, o aumento dos custos com a educação, e as incertezas em relação à economia. “Nossa percepção é de que a educação deve continuar a melhorar a forma como prepara os jovens para a carreira, ajudando-os a desenvolverem atitudes, habilidades e também o hábito de continuar aprendendo”, comenta Lars Janér, diretor para a América Latina da Instructure.
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O papel das faculdades e universidades na preparação profissional
Um dos focos da pesquisa foi conhecer o grau de satisfação dos estudantes atuais e dos já formados com a forma como as instituições os preparam para a trajetória profissional. Globalmente, 67,7% deles se sentem preparados para atuarem em suas carreiras, mas apenas 8,4% dos participantes responderam que as instituições de fato os preparam plenamente para a vida profissional. No Brasil, 75% dos participantes disseram se sentir satisfeitos com a orientação que recebem nas universidades para a carreira profissional, mesmo índice apontado pelos estudantes da Índia e um ponto a mais que os dos EUA (74%). A Colômbia, com aprovação de 76%, lidera o ranking nessa amostragem.
Com relação ao desenvolvimento de habilidades com foco na experiência profissional oferecido pelas faculdades, o Brasil figura com um índice de 37,3% de aprovação e 31,3% de total satisfação. Já no tocante à percepção dos estudantes e graduados sobre as experiências oferecidas nas universidades para a preparação profissional, 34,3% dos brasileiros consideram relevantes e 14,9%, extremamente relevantes.
Preparação profissional versus mercado de trabalho
Um dos pontos mais interessantes da pesquisa é o contraste nas respostas entre estudantes e recém-formados já inseridos no mercado de trabalho, no que diz respeito a como a universidade prepara seus alunos para a carreira profissional. A comparação entre os dois grupos revelou que em alguns países os estudantes sentem que as instituições educacionais oferecem uma preparação maior do que realmente a necessária para o mercado de trabalho. Por exemplo, enquanto 11,3% dos estudantes acreditam que as faculdades os preparam totalmente para a carreira profissional, apenas 5,7% dos já formados e inseridos no mercado de trabalho continuam avaliando que as universidades os habilitam completamente para a carreira.
No Brasil, cerca de 90% dos universitários estimam que as habilidades desenvolvidas nas faculdades atendem a necessidade para o mercado de trabalho, e 80% deles acreditam que as experiências proporcionadas pelas instituições de ensino são relevantes para a vida profissional. Entretanto, entre os formados, esses índices caem para 80% e 50% respectivamente.
Campo de trabalho
Uma das principais razões de frequentar uma universidade é receber a formação específica para determinada carreira, no entanto, quantos estudantes de fato conseguem uma colocação no seu campo de trabalho? A pesquisa da Canvas mostrou que os estudantes que já completaram a formação universitária têm maior taxa de empregabilidade em suas áreas de formação (63,8%).
Esse índice é ainda maior entre os que terminaram os estudos em quatro anos (70,2%). Mesmo assim, 29,8% não conseguem ingressar em suas áreas de atuação. O Brasil segue a média mundial, com cerca de 70% dos graduados inseridos no mercado de trabalho.
Esse contraste, entre os que estão e os que não estão inseridos na área, sugere que as instituições educacionais de nível superior enfrentam o desafio de entregar de fato o que prometem sobre a preparação para o campo de trabalho. Com base nisso, a pesquisa procurou saber dos participantes como eles avaliam seu ambiente de aprendizagem em geral.
Globalmente, 75% dos estudantes estão satisfeitos com o ambiente de aprendizagem. EUA (81%), Brasil (86%), Colômbia (79%) e Índia (76%) estão entre os mais satisfeitos.
Formação superior em uma era de mudanças e incertezas
Quando questionados sobre as exigências dos seus campos de trabalho, tanto estudantes como os já formados concordam que a aprendizagem permanente é necessária para se manterem ativos em um mundo de constantes mudanças. A percepção dos brasileiros é uma das mais altas nesse quesito, com 6.25 pontos em uma escala de até 7 pontos.
Dessa forma, a pesquisa aponta uma correlação entre a crença dos estudantes sobre a necessidade de uma vida de aprendizagem e o reconhecimento das rápidas mudanças em suas áreas de trabalho. Em outras palavras, são as pressões externas que levam os profissionais a buscarem novas competências.
Curiosamente, os estudantes que participaram da pesquisa da Canvas na maioria dos países consideram que o estímulo educacional para uma vida de aprendizagem é significativamente baixo. Nos EUA e Austrália existe uma melhor percepção desse cenário, mas nos demais países apenas dois entre cinco estudantes ativos avaliam que suas instituições realmente têm a preocupação de despertar a aprendizagem contínua como um objetivo primordial, uma prática que as pessoas direcionam por si só usando as habilidades, recursos e conexões sociais que estão disponíveis a elas.
Em geral, os alunos mesclam o tempo que gastam com educação formal (na escola ou universidade), não formal (organizado por educadores, mas fora de um programa formal) e aprendizagem informal (direcionados por eles próprios). A Internet é que tem criado novas oportunidades e formas contínuas de aprendizagem em qualquer horário.
Em referência à educação não formal, especialmente as remotas via Internet, os estudantes utilizam ativamente a tecnologia mobile e têm nas mídias sociais uma importante fonte de conhecimento. A aprendizagem online não formal (tutoriais e MOOC - Massive Open Online Courses – cursos livres) varia de níveis de adoção de um país para o outro. Os estudantes chineses, por exemplo, recorrem muito pouco à internet aberta, metade do tempo dos alunos do Japão, que é o segundo país entre os que menos acessam a web aberta para obter novos conhecimentos. No Brasil, as mídias sociais são o principal recurso para a aprendizagem informal, seguidas pelos cursos online e websites.
“Não há dúvida de que as universidades precisam se adaptar às constantes mudanças do mundo atual, que traz cada vez mais desafios para os que começam a entrar no universo profissional, e ao mesmo tempo oferece oportunidades de dar continuidade ao processo de aprendizagem por meio da tecnologia”, conclui Janér.
Acesse o conteúdo completo da pesquisa Canvas aqui: https://www.canvaslms.com/ downloads/Global_Lifelong_ Learning.pdf
Sobre a Instructure
A Instructure, Inc é uma empresa de tecnologia de software como serviço (SaaS) que desenvolve soluções que tornam as pessoas mais inteligentes. Com a visão de ampliar o potencial das pessoas por meio da tecnologia, a Instructure criou Canvas e Bridge, que permitem às organizações em todos os lugares facilmente desenvolver, entregar e gerenciar experiências de aprendizagem online ou presencial.
Atualmente, a Instructure já conecta milhões de professores e alunos em mais de 2.000 instituições de ensino e empresas em todo o mundo. Saiba mais sobre o software Canvas e suas versões para o ensino superior (higher ed), fundamental e médio (K-12) em www.canvaslms.com/brasil e www.instructure.com
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