Paulo Jubilut é biólogo formado pela Universidade Federal de Santa Catarina com mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental pela Universidade do Vale do Itajaí. Atuou como professor nos mais conceituados colégios e cursinhos do Paraná e de Santa Catarina. Jubilut também é o criador do projeto Biologia Total, um curso de Biologia online com material completo que, além das aulas, também disponibiliza material didático, simulados e outros materiais. Para conhecer o projeto Biologia Total, clique aqui.
O Infoescola conversou com o professor Jubilut sobre a prova de Biologia do Enem. Confira a entrevista:
Infoescola: É possível detectar um padrão nos temas escolhidos para a prova de Biologia do Enem? Em caso positivo, quais temas costumam ser cobrados no exame?
Paulo Jubilut: Sim, é possível detectar um padrão na prova do Enem. Dentro da biologia, o Enem costuma não cobrar todos os assuntos. Ele se concentra em alguns temas, e repete estes temas em todas as provas. Então sim, é possível verificar um padrão. Geralmente 40% das questões de biologia do Enem são focadas na ecologia, 20% são questões de genética e biotecnologia, os outros 20% são questões dedicadas à fisiologia humana e 10% são questões relacionadas à evolução biológica. Nos outros 10% é que ocorre uma variante, com perguntas de citologia, zoologia, botânica, mas o foco das questões fica mesmo em ecologia, fisiologia humana, evolução, genética e biotecnologia.
"Geralmente 40% das questões de biologia do Enem são focadas na ecologia, 20% são questões de genética e biotecnologia, os outros 20% são questões dedicadas à fisiologia humana e 10% são questões relacionadas à evolução biológica"
Infoescola: No Enem, os conhecimentos de Biologia são cobrados dentro da área de Ciências da Natureza, junto com Física e Química. Qual é a diferença, para o candidato, entre uma prova deste tipo e um exame de Biologia tradicional de vestibular?
Paulo Jubilut: A principal diferença é que dentro da prova de ciências da natureza você encontra algumas questões interdisciplinares. Podem ser questões em que o aluno precisa ter conhecimento tanto de biologia e química, ou de química e física. Então esta é a principal diferença, agora em geral são questões e provas muito parecidas com questões de outros vestibulares do Brasil.
Infoescola: O que o estudante deve esperar de uma questão de Biologia no Enem?
Paulo Jubilut: A prova de biologia do Enem vem, a cada ano, se tornando mais conteudista. São questões que não apresentam muitos gráficos e tabelas – conforme geralmente se ‘prega’ no senso comum. Há poucas questões de biologia que apresentam esta característica. Os enunciados também mudaram. Antes o Enem trazia enunciados mais longos, hoje traz questões com enunciados mais curtos; não só de biologia mas de todas as outras áreas. Isso aconteceu por ter havido muita reclamação de falta de tempo na prova. Não são perguntas que exigem decoreba, que o aluno fique gravando os nomes difíceis da biologia, geralmente o Enem não exige este tipo de conhecimento. Na verdade a prova busca avaliar se o aluno entende conceitos, e não se ele é uma ‘máquina decoradora de nomes’.
"A prova de biologia do Enem vem, a cada ano, se tornando mais conteudista (...) Na verdade a prova busca avaliar se o aluno entende conceitos, e não se ele é uma ‘máquina decoradora de nomes"
Infoescola: Como o aluno deve se preparar para a prova de Biologia do Enem?
Paulo Jubilut: Bom, como eu disse na primeira questão, ele precisa dedicar a maior parte do seu tempo disponível para o estudo de biologia com aqueles assuntos que mais caem. Então 40% desse tempo tem que ser para ecologia, os outros 20% fisiologia humana, os outros 20% genética e biotecnologia, os outros 10% evolução e só estes outros 10% que sobram é que ele vai se dedicar à botânica, zoologia, bioquímica e à citologia.
Infoescola: Quais são, geralmente, os erros cometidos pelos alunos na hora de estudar para a prova de Biologia do Enem, e também na hora de responder as questões do exame?
Paulo Jubilut: Na hora do estudo, o principal erro é querer decorar os nomes, estes nomes difíceis da biologia, já que dificilmente ele vai usá-los durante a prova. Outro erro básico é o aluno querer saber de tudo, quando ele deveria focar naqueles assuntos que mais caem. Como eu disse, se ele focar em quatro ou cinco áreas da biologia, já vai garantir 90% das questões de biologia desta prova. Então mais do que estudar, ele tem que estudar com inteligência. Na hora do exame, o erro mais comum é o aluno perder seu tempo parado numa única questão. Então sempre que ele travar numa questão, que achar aquela questão difícil, deve pular pra outra, e aí vai resolvendo uma após a outra. Muitas vezes uma questão que parece difícil, você dá um tempo, e o próprio cérebro se encarrega – depois de uns cinco ou 10 minutos – de achar aquela resposta. Então não fique travado vários minutos numa mesma questão. Este é um erro muito grave numa prova onde o tempo é extremamente restrito.
"Na hora do exame, o erro mais comum é o aluno perder seu tempo parado numa única questão"
Infoescola: Como - e o quê - os candidatos devem estudar nesta reta final?
Paulo Jubilut: Bom, agora é o momento de revisar os assuntos que o aluno estudou e se aprofundar em alguns assuntos que ele ainda tenha dificuldade, ou que tenham grande chance de aparecerem na prova. Tudo isso dando, é claro, ênfase aqueles assuntos que mais caem no Enem. Por exemplo, dentro da biologia, transgênico é um tema que sempre aparece na prova, dengue e sistema digestório também são temas recorrentes. Neste momento, vale muito à pena o candidato dar uma estudada a mais nestes assuntos, aprofundar conhecimentos, ler atualidades sobre os temas que tem grande probabilidade de aparecerem na prova de ciências da natureza do Enem.