O termo Melanésia faz referência tanto a um conceito geográfico como antropológico. No âmbito geográfico, o nome se refere a uma das três grandes regiões da Oceania, localizada a sudoeste do Pacífico, entre a Austrália e as regiões da Micronésia a norte e Polinésia a leste. No âmbito antropológico, o conjunto de ilhas da Melanésia reúne os povos de pele escura, de feições muito similares à da maioria dos povos do continente africano. De fato, Melanésia é a combinação de dois termos da língua grega, "mélas", que significa negro, e "nesos", o equivalente a ilha, formando assim "ilhas negras". O nome surgiu no século XIX para estabelecer as diferenças entre este conjunto de ilhas e os da Micronésia e Polinésia.
A partir desta definição, entende-se como parte da Melanésia a terça parte mais a leste da Indonésia, (a partir de Celebes e Molucas), Timor Leste, Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão, Vanuatu, Nova Caledônia e Fiji. São ao todo seis países e um território dependente, a Nova Caledônia, submetida à França.
As ilhas deste grupo testemunharam uma ocupação humana deveras remota. Acredita-se que a Nova Guiné já era habitada há cerca de 45 mil anos, as Ilhas Salomão por volta de 35 mil anos, e Vanuatu e Nova Caledônia há cerca de 4 mil anos. É ainda uma das regiões, senão talvez a mais culturalmente complexa do mundo inteiro, com cerca de 1300 línguas faladas, por centenas de grupos étnicos diversos. Mesmo com tal diversidade, os idiomas inglês, francês, português e o indonésio são adotados como línguas estatais, que possuem o papel de unificar e ajudar na interação em nível nacional destes povos.
As sociedades destas ilhas, todas de pequena escala, possuíam uma organização originalmente tribal, onde prevaleciam os laços de família e complexas redes de comércio e intercâmbio. Em um ambiente de milhares de pequenas ilhas espalhadas por uma vastidão marítima, nada mais natural do que o desenvolvimento da navegação pela grande maioria dos habitantes nativos.
A escolha dos chefes se dava pela habilidade em combate e a capacidade de liderança. Hoje em dia, apesar de muitos líderes tradicionais em algumas ilhas ainda conservarem um poder social considerável, estes povos acabaram por ser influenciados por conceitos herdados do colonialismo europeu, e adotando regimes de natureza democrática, onde o chefe de estado é escolhido através do voto.
Os primeiros europeus chegaram no século XVI, mas somente no século XIX a colonização europeia se desenvolveu mais intensamente. Todos os territórios da Melanésia conquistaram a independência nas décadas de 70 e 80 do século XX, com exceção da Nova Caledônia, onde há um cronograma a ser estabelecido para a independência plena.
A Indonésia tornou-se independente em 1949, porém, várias regiões do país possuem movimentos separatistas muito ativos, com destaque para o "Papua Livre", nas províncias de Papua e Papua Ocidental (localizadas na metade indonésia da ilha de Nova Guiné). Estas permaneceram sob controle holandês como Nova Guiné Holandesa até 1962, sendo anexada em uma manobra um tanto polêmica pelo governo indonésio, assim como o fez em 1975 com Timor Leste, que recuperaria sua independência em 2002.
Bibliografia:
Melanesia (em inglês). Disponível em: < http://www.britishmuseum.org/explore/cultures/oceania/melanesia.aspx >. Acesso em: 22 set. 2012.
Mapa: http://epress.anu.edu.au/oceanic_encounters/mobile_devices/ch02s02.html
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/oceania/melanesia/