Avanços tecnológicos e seus impactos na Educação

Por Prof. Ailton Feitosa
Categorias: Educação, Pedagogia
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A utilização do computador na sociedade contemporânea é imprescindível, pois, fazemos uso dessa ferramenta praticamente em todas as ações do cotidiano como, por exemplo, as instituições bancárias usam para consultar extratos, saldos, depósitos, efetuar pagamentos, etc. As relações pessoais também sofreram grandes impactos com o advento do computador e de tantas outras tecnologias [1], como a televisão, rádio, tablets, smartfone, iphone, ipod, ipad. Assim, palavras como Internet, Twitter, Orkut, msn, facebook etc., são termos que incorporamos ao nosso vocabulário do dia a dia.

Diante tudo isso que foi exposto, é oportuno fazermos algumas reflexões, vejamos: De que forma as escolas podem fazer uso dessas tecnologias com intuito de qualificar o processo ensino aprendizagem? Os professores estão dispostos a quebrar paradigmas educacionais? Como está a formação dos professores para o uso pedagógico das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação – NTICs?

É oportuno destacar que o início da utilização do computador era basicamente para fins militares, e uso do computador para fins educacionais somente se deu a partir de 1950 com Burrhus Frederic Skinner. Skinner foi um eminente psicólogo nascido nos Estados Unidos em 1904. Lecionou nas Universidades de Harvard, Indiana e Minnesota e a partir do estudo do comportamento de pombos e ratos brancos, desenvolveu uma ferramenta que iria ajudá-lo em seus experimentos. Essa ferramenta recebeu o nome de máquina de ensinar [2] e tinha por propósito ensinar usando o conceito de instrução programada.

O conceito de instrução programada consistia em dividir o material a ser ensinado em pequenos segmentos logicamente encadeados e denominados módulos. Cada módulo terminava com uma questão que o aluno deveria responder preenchendo espaços em branco ou escolhendo a resposta certa, entre diversas alternativas apresentadas, para poder passar para o próximo módulo. Caso contrário, ou seja, o aluno informasse a resposta errada, a resposta certa poderia ser fornecida pelo programa ou, o aluno seria convidado a rever módulos anteriores (Valente, 1998).

A grande problemática da utilização dessa sistemática de ensino foi à produção do material que orientava o uso da ferramenta bem como de suas atividades pedagógicas, que não foi possível produzirem em grande quantidade.  No entanto, com o advento do computador, observou-se que os módulos do material instrucional poderiam ser apresentados com grande flexibilidade. Assim, durante o início dos anos 60 diversos programas de instrução programada foram desenvolvidos para serem utilizados no computador.

A evolução recente das tecnologias digitais modifica tanto as relações na sociedade como as noções de espaço e tempo. Se antes levávamos dias ou até semanas para sermos informados de eventos distantes, hoje podemos ter a informação de forma quase instantânea. Essa realidade possibilita a ampliação do conhecimento e, ao mesmo tempo, cria outras preocupações como a possibilidade da diminuição da privacidade e o excesso de informação. A escola deve levar professores e alunos a refletir de forma crítica sobre as implicações do avanço da tecnologia digital sobre a vida das pessoas no mundo contemporâneo.

Nessa perspectiva Kenski (2003:72/93) afirma que: “a opção pelo ensino com o computador (...) exige alterações significativas em toda a lógica que orienta o ensino e a ação docente em qualquer nível de escolaridade (...) o ponto fundamental da nova lógica de ensinar (...) é a redefinição do papel do professor”. Dessa forma ao ter acesso à tecnologia, os professores podem pensar em como elas aprimoram práticas cotidianas, tais como no uso de vídeos e apresentações para expor conteúdos. A tecnologia pode ainda ser usada para ampliar as possibilidades educativas, ao permitir que os alunos explorem fenômenos de forma simulada, pesquisem conteúdo na internet, façam suas próprias produções etc.

Referências:
KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas, São Paulo: Papirus, 2003.
VALENTE, J.A. Diferentes usos do computador na Educação. In: VALENTE JA. (Org.). Computadores e conhecimento: repensando a educação. 2ª ed. campinas: Gráfica Central UNICAMP, v. , p. 1-27, 1998


1 ... tudo aquilo que o ser humano inventou, tanto em termos de artefatos como de métodos e técnicas, para estender a sua capacidade física, sensorial, motora ou mental, assim facilitando e simplificando o seu trabalho enriquecendo suas relações interpessoais, ou simplesmente lhe dando prazer.  (Chaves, 1999)

2 Para saber mais sobre a Máquina de Ensinar de Skinner acesse: http://www.youtube.com/watch?v=vmRmBgKQq20

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