Construção de uma Base Curricular Significativa em Química

Por André Luis Silva da Silva

Licenciatura Plena em Química (Universidade de Cruz Alta, 2004)
Mestrado em Química Inorgânica (Universidade Federal de Santa Maria, 2007)

Categorias: Pedagogia
Ouça este artigo:
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!

A teoria de aprendizagem formulada por Ausubel chama a atenção ao fato dos educandos somente serem capazes de aprender aquilo que podem relacionar a conhecimentos prévios que já possuem; o que esse autor denomina de aprendizagem significativa. Dessa forma, torna-se importante que o professor conheça, em sala de aula, se não individualmente, mas como um todo, o nível de desenvolvimento cognitivo de seus alunos. E como poderá fazê-lo? Uma sondagem inicial, orientada, poderá surgir como alternativa, uma vez que cada realidade irá responder de modo diferenciado. Cabe então ao professor a constante busca de relacionalidade entre o que aborda e o que os alunos conhecem.

O movimento de discussão poderá começar com as perguntas construídas pelos alunos a respeito da temática elencada pelo professor que, embora decidida a priori, sempre ocorre num processo de diálogo a partir da escuta atenta do professor aos alunos. Os conteúdos conceituais dialogados neste espaço da sala de aula foram elencados a partir das perguntas dos alunos a respeito dessa temática, tais como: as disfunções alimentares (anorexia, bulimia, artorexia, vigorexia, obesidade), a compreensão de dieta alimentar, os problemas da fome no mundo, os elementos químicos encontrados nos alimentos (excesso e escassez), os processos de contaminação química (agroquímicos clorados e fosforados, metais pesados) e biológica (bactérias, vírus, fungos) nos alimentos, os métodos de conservação e preservação dos alimentos, os prazos de validade dos alimentos, as diferentes culturas alimentares no Brasil e em outros países, as biomoléculas (carboidratos, proteínas, lipídios, fibras, vitaminas), os aspectos calóricos dos alimentos (análise dos rótulos dos alimentos), as propriedades físico-químicas das embalagens dos alimentos, os processos metabólicos dos alimentos, os processos alimentares e a necessidade de atividades físicas, entre outros conteúdos, para além dos conceitos constitutivos dos artefatos culturais.

As proposições dialogadas neste espaço produzem currículo na sala de aula da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, especialmente em Química. Os aspectos emergentes da pesquisa a respeito do (des)interesse dos alunos, tais como: o autoritarismo do professor; a avaliação punitiva; a monotonia na sala de aula em termos de proposição de atividades, metodologias, recursos adotados; as listas imensas de exercícios, a complexidade dos conteúdos conceituais; a linguagem matemática e a linguagem que nem sempre dialoga com a realidade dos alunos sinalizam a necessidade de processos de formação de professores permanentemente. As políticas públicas de formação de professores, como o PIBID, por exemplo, constituem-se numa potência formativa no sentido de que agregam licenciandos, professores da educação básica e professores da universidade.

Referências:
AULER, Décio. Enfoque ciência-tecnologia-sociedade: pressupostos para o contexto brasileiro. Ciência & Ensino, v. 1, n. especial, p. 1-20, 2007.

FIRME, Márcia V. F. Portfólio Coletivo: artefato do aprender a ser professor(a) em Roda de Formação em Rede. 2011. 122 f.  Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde) - Universidade Federal do Rio Grande – FURG, Rio Grande, 2011.

Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!