Por Tiago Johnson Pacheco Teixeira
Graduando em Ciências Sociais na Universidade Metropolitana de Santos
Cursando Técnico em Serviços Jurídicos pela ETEC Albert Einstein
O professor, muitas vezes educador, é o responsável por preparar para o exercício da cidadania, para a qualificação profissional e por prestar serviços educacionais, com isto, ele percorre uma trajetória otimista, que é reconhecida pelas pessoas de forma singela, com admiração e entusiasmo pelo simples ato de ensinar.
Relaciona-se essa atuação profissional com uma famosa música francesa, que fala sobre o trabalho de taxistas. Sim, a trajetória dos taxistas pode ser comparada à profissão de professor, pois ambos fazem diversos caminhos ao longo de suas carreiras, a fim de realizar seus desejosos anseios de trabalho.
A canção Joe le taxi, lançada na França em 1987 e interpretada por Vanessa Paridis, demonstra o trabalhador taxista, neste mesmo ritmo, segue a canção Vou de táxi, interpretada por Angélica, no Brasil. A letra de ambas, exceto pela palavra “táxi/taxi”, são diferentes, é claro. Da versão francesa que se extrai a comparação entre as duas categorias profissionais, professor e taxista:
Joe Le taxi (Joe, o taxista)
Y vas pas partout (Não vai para qualquer lugar)
Y marche pas au soda (E não anda na soda [perigo])
Son saxo jaune (Seu sax amarelo [táxi])
Connaît toutes les rues par coeur (Conhece todas as ruas de cor)
Tous les petits bars (Todos os barzinhos)
Tous les coins noirs (As esquinas escuras)
Et la Seine (E o [rio] Sena)
Et ses ponts qui brillent (E suas pontes que brilham)
Vanessa Paridis inicia a canção relatando que Joe (personagem no musical) não dirige seu táxi para qualquer lugar, pois conhece todas as ruas de cor, os bares, os cantos da capital francesa, bem como o rio Sena e os brilhos em suas pontes.
Desse trecho da música é possível perceber que o taxista está em todos os lugares, assim como o professor em todas as áreas de conhecimento. Com sua mente disposta a novos conhecimentos e novas formas de ensinar, conquista os alunos, conhece as metodologias de ensino, as formas de avaliar, para que os educandos sintam prazer em aprender em todas as fases do conteúdo programático, evidenciando o desempenho de quem se disciplina.
Ou seja, o professor, ao ser comparado a um “táxi amarelo”, conduz à imagem de que comporta e convive com diversos alunos, como um taxista, que segue com pessoas de todos os tipos. O educador, ao se inserir em sala de aula ou em qualquer lugar que possa ensinar, aborda seus conhecimentos por meio de metodologias para que os alunos aprendam e compreendam de maneira desejosa aos objetivos propostos nas aulas, assim como Joe, o taxista, que conhece todos os cantos de Paris, até mesmo as pontes que brilham sobre o Sena.
A partir desse contexto, obtém-se uma outra estrofe da melodia, onde a letra está especificada sobre a contextualização dos gêneros musicais nas corridas de táxi, assim como o professor se enquadra com todos os alunos e seus modos de aprender com seus métodos de ensino:
Dans sa caisse (Em seu carro)
La musique a Joe (Joe tem)
C’est la rumba (Desde a rumba)
Le vieux rock au mambo (O velho rock ao mambo)
Joe le taxi (Joe, o taxista)
C’est sa vie (Essa é sua vida)
Le rhum au mambo (O rhum com mambo)
Embouteillage (Engarrafamento)
Il est comme ça (É disso que ele gosta)
Ao esclarecer que no carro tocam diversos tipos de músicas para os diversos tipos de passageiros, desde o velho rock ao mambo, nota-se a escolha profissional do personagem na música e do que ele gosta: seus passageiros e suas viagens, os engarrafamentos; é com isto que ele sente prazer em trabalhar.
Tendo o professor como comparativo ao esquema apresentado anteriormente, pode-se ter uma visão de que ele, em sala de aula, se depara com certos desafios, desde crianças à adultos, onde possa transmitir os conhecimentos e experiências para penetrar na mente do educando, pois este é seu objetivo e que o faz ter prazer em lecionar.
Entende-se que é um pouco excêntrico comparar a profissão de professor à profissão de um taxista ou até mesmo em compará-la ao próprio “táxi amarelo”, pois, na prática, ambos atuam de formas diferentes, mas este foi um recurso apenas ilustrativo para demonstrar que o docente é o responsável por seu aperfeiçoamento e que isso só lhe trará resultados positivos ao ser reconhecido como um bom profissional de educação.
No que diz respeito ao Estado, cuja incumbência é garantir a educação como item fundamental em todo o território brasileiro, a Constituição Federal de 1988 aborda em seu artigo 205 o seguinte:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Desta maneira, tem-se que o conceito de educação, tratado nas esferas de Direito como uma garantia fundamental, deve ser promovida pelos entes representativos, visando sempre a promoção da dignidade humana.
Por este motivo se destaca o professor e sua carreira, pois ele, simplesmente ensinando com prazer e dedicação, transforma toda uma sociedade, levando-a do lugar em que está ao lugar em que deseja chegar.
Neste mesmo sentido, é possível se concentrar na valorização do professor de uma maneira que o próprio Estado reconheça seu trabalho, bem como sua remuneração e plano de carreira compatíveis ao seu desempenho profissional. Portanto, conforme destaca Janguiê Diniz (2011):
O modelo não é tão complicado quanto parece. Fundamenta-se, essencialmente, na implantação de um sistema de gestão voltado para resultados. Diretores de escola que conseguem atingir as metas estipuladas – redução de índice de evasão e repetência, desempenho favorável dos alunos nas avaliações – recebem incentivos como forma de reconhecimento. Também lhes é conferida a autonomia para repartir o bônus, conforme critérios que julgarem convenientes permitindo que os professores com desempenhos satisfatórios também sejam premiados. É, portanto, uma alternativa para mobilizar, concretamente, todos os níveis que compõem a escola para o alcance da excelência na educação.
De acordo com o texto acima, o autor discorre sobre os méritos da carreira docente, bem como da valorização da categoria, então, extingue-se a visão de políticas partidárias ao se falar em educação e parte-se para a constitucionalidade onde a sociedade é responsável pelo ensino atual presente no território, pois o poder de escolher os membros representativos depende, de forma objetiva, do coletivo, mas a Constituição e a legislação infraconstitucional garantem o direito à educação, por este motivo e o mais importante de todos, deve-se respeitar e valorizar o professor, pois ele é um dos membros mais importantes em uma sociedade por prepara para o exercício da cidadania, para a qualificação profissional e por prestar serviços educacionais.
Palavras-chave: Direito Educacional, Educação, Carreira de Professor, Francofonia, Língua Francesa, Música Francesa