Tilápia

Graduado em Ciências Biológicas (UNIOESTE, 2017)

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Taxonomia e Distribuição Geográfica

As tilápias são peixes de água doce, a qual foram descritas mais de 80 espécies distribuídas em três gêneros: Tilapia, Sarotherodon e Oreochromis.

Veja a seguir a classificação científica das tilápias:

  • Reino: Animalia
  • Filo: Chordata
  • Classe: Actinopterygii
  • Ordem: Perciformes
  • Família: Cichlidae
  • Subfamília: Pseudocrenilabrinae
  • Gênero: Oreochromis

Oreochromis é o gênero mais explorado pelas práticas de psicultura. Ele é formado por cerca de 32 espécies que tiveram sua origem na África, entretanto, algumas dessas foram introduzidas na maioria dos países tropicais e subtropicais visando a exploração econômica.

Características Gerais

Pelo fato de existir uma série de espécies adaptadas em diferentes regiões, é de se esperar que as tilápias apresentem um amplo hábito alimentar, assim, temos espécies herbívoras (comem plantas), fitoplanctófagas (comem algas), omnívoras (comem alimentos de origem vegetal, animal e outros) e detritívoras (comem restos de organismos).

As espécies cultivadas no Brasil, são majoritariamente fitoplanctófagas, entretanto, elas apresentam uma ampla adaptabilidade alimentar, podendo comer rações e outros subprodutos.

As tilápias apresentam dimorfismo sexual, ou seja, possuem diferenças estruturais significativas entre machos e fêmeas. As principais diferenças são:

  • Fêmeas menores que os machos;
  • Fêmeas apresentam três orifícios na porção ventral, enquanto os machos possuem apenas dois;
  • Machos durante a época reprodutiva apresentam uma coloração rosada em diversas partes do corpo, já as fêmeas possuem uma porção escura na região gular (papo).

De modo geral, as tilápias apresentam um corpo formado por escamas, possuem um longo intestino e apresentam dentes nos lábios. Sua respiração é do tipo branquial (através das brânquias), vivendo bem em locais com temperaturas entre 26°C e 28°C.

Com relação a reprodução, ela pode acontecer até 12x ao ano, as quais em todas são colocados de 800 a 2000 óvulos que estarão disponíveis para serem fecundados pelos machos. Para isso, é necessário que os peixes tenham atingindo sua maturidade sexual, que é algo que acontece a partir de 4 a 5 meses de vida.

Um fato interessante, é que algumas espécies do gênero Oreochromis, após a fecundação, as fêmeas cuidadosamente captam os ovos com a boca, os mantendo protegidos por cerca de 8 dias; durante todo esse período ela fica sem se alimentar e mantém o cuidado parental por cerca de 20 dias após a independência dos filhotes.

Quando os filhotes nascem e começam a ganhar mais liberdade, é observado que sempre que a mãe nota uma situação de perigo, ela recolhe os filhotes com a boca e os protege em sua região oral até o perigo ir embora.

Tilápia e seus Impactos na Economia Brasileira

A práticas de psicultura no Brasil começaram a ganhar destaque nos últimos 30 anos, antes disto, a atividade era de caráter extensivo e de pequeno porte, algo que foi transformado e hoje ocupa uma posição de destaque na economia brasileira.

Pode-se dizer sucesso econômico da psicultura no Brasil é reflexo da introdução de tilápias, que chegaram pela primeira vez ao país no ano de 1953, sendo que a espécie escolhida na época era a Tilapia rendalli que veio do Congo.

Entretanto, essa espécie não se mostrou viável economicamente por conta de seus aspectos biológicos e comportamentais que impactavam o processo produtivo, por isso, em 1971 tiveram que ser introduzidas outras espécies vindas de diferentes regiões do mundo, como é o caso da Sarotherodon hornorum.

No Brasil, as espécies que se destacam são do gênero Tilapia, Sarotherodon e Oreochromis, tendo como principais espécies a Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), Tilápia Azul (Oreochromis aureus), Tilápia de Moçambique (Oreochromis mossambicus) e Tilápia de Zanzibar (Oreochromis urolepis hornorum).

O sucesso econômico dessas espécies acontece em decorrência das características de alta adaptabilidade e proliferação, sendo que essas quatro espécies foram as que apresentaram melhor desempenho em crescimento, tolerância ao frio e a salinidade, maturação sexual e prolificidade.

O mercado de tilápia no Brasil é algo que cresce a cada ano, sendo que o estado do Ceará é o principal consumidor e interno e os Estados Unidos e a Espanha os principais importadores das tilápias brasileiras que são comercializadas na forma congelada inteira ou na forma de filés congelados ou frescos.

Referências:

DE OLIVEIRA, E. G. et al. Produção de tilápia: mercado, espécie, biologia e recria. Embrapa Meio-Norte-Circular Técnica (INFOTECA-E), 2007.

FRICKE, R. Guide to fish collections. http://research.calacademy.org/research/ichthyology/catalog/collections.asp, 2012.

LEE, Bo-Young et al. A second-generation genetic linkage map of tilapia (Oreochromis spp.). Genetics, v. 170, n. 1, p. 237-244, 2005.

POPMA, Thomas J. et al. Worldwide prospects for commercial production of tilapia. 1996.

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