O Juízo Final (ou Il Giudizio Universale, em italiano) é um célebre afresco canônico, criado pelo renomado renascentista italiano Michelangelo, e está na parede do altar da Capela Sistina, no Vaticano. O trabalho precisou de quatro anos para ser concluído, começando em 1536 e sendo concluído em 1541, vinte anos após a conclusão do Teto do Capela Sistina. A obra é majestosa, com 13,7 metros de largura por 12,2 de altura, aproveita toda a parede que fica atrás do altar, e descreve a Segunda Vinda de Cristo e o Juízo Final, como narrado na Bíblia. As almas dos seres humanos ascendem ao Paraíso ou descem ao Inferno, dependendo de como são julgados por um Cristo cercado de santos importantes como Pedro, Catarina de Alexandria, Lourenço, Bartolomeu, Paulo e João Batista.
A maioria das genitálias expostas foram cobertas após a morte de Michelangelo (1564), por Daniele da Volterra, outro artista maneirista, quando o Concílio de Trento condenou a nudez na arte sacra. O decreto dizia: “Toda superstição deverá ser removida. Toda lascividade deve ser evitada; de tal modo que as imagens não devem ser pintadas ou enfeitadas com referências à luxúria”. Além disso, nenhuma imagem sacra poderia ser exibida em público sem a autorização de um bispo.
Muitos teóricos acreditam que Michelangelo se retratou na pele esfolada de São Bartolomeu, demonstrando todo o desprezo que Michelangelo teria sentido ao ser contratado para pintar “O Juízo Final”. Apesar de ser uma teoria popular, a maior parte dos estudiosos da arte histórica refuta fortemente essa teoria. Michelangelo costumava se desenhar de maneiras em que ele perdesse todo seu poder. Ele sempre foi um forte questionador sobre a morte, e do próprio Juízo Final, que é usado como uma das maiores referências de seu trabalho. Ao terminar o “Juízo Final”, Michelangelo já estava no fim dos seus 60 anos, e a pele descamada de Bartolomeu representaria o um renascimento. Também foi teorizado, que a figura de São Bartolomeu foi usada para descrever o escritor erótico e satírico Pietro Aretino, que tentou extorquir uma valiosa pintura de Michelangelo, mas essa teoria é amplamente refutada, pois esse conflito entre os dois não ocorreu até 1545, sete anos depois da conclusão de o “Juízo Final”.
O afresco foi restaurado junto com a abóbada da Capela Sistina entre os anos de 1980 e 1994, sob a supervisão de Frabrizio Mancinelli, curador do Museu do Vaticano. Durante o curso da restauração, foram removidas muitas censuras, expondo muitos detalhes da arte original de Michelangelo, que antes estavam escondidos sob fumaça por dezenas de anos. Descobriu-se que a representação de Biagio de Cesena, como Minos e suas orelhas de burro, estava sendo atacada na genitália por uma cobra. Outra descoberta foi um indivíduo condenado ao Inferno, logo abaixo e à direita de São Bartolomeu, esse indivíduo por muito tempo foi tratado como masculino, mas após a remoção da folha de figo, descobriu-se que se tratava de uma figura feminina.
Fontes:
http://www.casthalia.com.br/a_mansao/obras/michelangelo_juizo.htm
http://www.metodista.br/ppc/caminhando/caminhando-16/o-juizo-final-de-michelangelo
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Last_Judgment_(Michelangelo)