Cupuaçu é uma árvore frutífera de origem nativa da região amazônica, com sabor e aroma típicos, também conhecida como cupu, cupuaçuzeiro e cupuaçueiro.
O cupuaçu (Theobroma grandiflorum – família Malvaceae) possui distribuição geográfica com ocorrências confirmadas para a região norte nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia, predominando no domínio fitogeográfico Amazônico. Está presente em floresta de igapó e floresta de várzea. Pode ser encontrado esporadicamente nos países vizinhos da América Latina como Colômbia, Venezuela, Equador e Costa Rica.
O cupuaçu apresenta segundo sua morfologia foliar ápice acuminado, margem lisa e base obtusa. O pecíolo é curto e a nervura principal e secundárias juntas formam proeminências na face abaxial, desprovidas de tricomas, com estômatos esparsadamente distribuídos. Ao longo do limbo foliar ocorrem tricomas estrelados em ambas as faces da folha. As folhas são hipoestomáticas com número elevado de estômatos anomocíticos.
A árvore do cupuaçu pode atingir até 15 m de altura e entre 6 a 8 m de diâmetro da copa. É uma espécie de crescimento tricômica, lançando um ramo que se divide em três, que crescem em paralelo ao solo, ao que um broto surgido da axila de um desses galhos retoma o crescimento vertical e assim sucessivamente. As folhas jovens são de cor rósea, atingindo de 25 a 30 cm de comprimento por 10 a 15 cm de largura quando maduras, de coloração verde escuro. A polinização é cruzada, com possibilidade de autofecundação.
O seu fruto é uma baga drupácea, elipsoide, com extremidades obtusas ou arredondadas. Mede de 12 a 25 cm de comprimento e 10 a 13 cm de diâmetro, apresentando um peso médio de 1kg, sendo 30 a 40% de polpa, com cerca de 35 sementes, 15 a 20% do fruto. A casca é dura e lenhosa, coberta de indumento ferrugíneo equivalendo de 40 a 50% do peso do fruto. O cupuaçu possui eficiência energética com aproximadamente 16 kg de frutos por árvore. A casca do fruto pode ser empregada como ração para gado e adubo, assim como também é utilizado para a casca do cacau. O cupuaçu é parente próximo do cacau pertencendo a mesma família botânica e ao o mesmo gênero Theobroma. O nome cupuaçu vem da língua Tupi (kupu = que parece com o cacau + uasu = grande).
O cupuaçu é uma das frutífera mais apreciadas da região amazônica. As sementes são utilizadas na fabricação de chocolate em pó e na indústria de cosméticos como cremes para a pele, shampoos, sabonetes e etc. Devido a polpa de seu fruto possuir um sabor acentuado e aroma típicos, é bastante utilizado na culinária, na fabricação de sucos, cremes, bombons, licores, sorvetes, compotas, geleias, entre outros. Possui potencial gastronômico sendo apreciado na forma de molhos e recheio de pizzas. O cupuaçu é uma frutífera tradicional representante da cultura nortista do Brasil e de potencial valor comercial como um produto para exportação. Com o aumento na demanda da polpa do cupuaçu para além do consumo interno e por apresentar características ideais para o aproveitamento industrial, a espécie do cupuaçu passou por um processo de transição do extrativismo para a forma cultivada. A área plantada do cupuaçu sofreu grande aumento, com ampliação do cultivo para outras regiões brasileiras. Os frutos são comercializados durante a época da colheita in natura ou como polpa congelada. Após o período de safra, a principal forma de comercialização é a polpa congelada.
Trabalhos de melhoramento genético por meio de estudos de propagação in vitro têm sido empregados na espécie do cupuaçu com objetivos de gerar protocolos para indução de embriões somáticos. Este tipo de pesquisa visa a obtenção de plantas sadias, que poderão ser utilizadas em programas de melhoramento genético e para testar o potencial morfogenético das folhas do cupuaçu. O entendimento de processos de embriogênese somática do cupuaçu auxiliar a produção de plantas-elite, o que proporciona produção de plantas resistentes a fitopatologias, como a vassoura-de-bruxa (Moniliophthora perniciosa – fungo da ordem Agaricales) que é a principal enfermidade da cultura do cupuaçu, através da manipulação do DNA.
Referência bibliográfica
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