Por Ana Lucia Santana
O Cupuaçu nasce em uma árvore natural da porção brasileira da Amazônia. Seu nome científico é Theobroma grandiflorum, anteriormente conhecida como Sterculiaceae. Este vegetal, que pode ser encontrado até mesmo com 20 metros de altura, embora em média ele meça de 10 a 15 m, é do grupo familiar do cacau.
O fruto desta árvore, igualmente denominada cupuaçuzeiro, cupuaçueiro ou cupu, sustentou durante muito tempo tribos inteiras e os animais da floresta. Ele se transformou em um alimento popular, inclusive internacionalmente, por suas sutis propriedades gastronômicas, pois é normalmente utilizado na confecção de sucos, sorvetes, geléias e tortas, principalmente devido à sua consistência cremosa, que apresenta um sabor incomum.Este alimento ancestral se torna maduro de janeiro a abril, em meio a uma temporada de chuvas intensas. Em vários centros urbanos da América do Sul a procura por este fruto é tão ampla, que o volume produzido se torna insuficiente. Os índios acreditam que o cupuaçu também detém valores medicinais, após ser benzido por um pajé.
Desta forma era receita imprescindível nos partos difíceis, na forma de suco, nas regiões do Rio Negro e do Orinoco. Até hoje a tribo dos Tikuna se vale das sementes do cupuaçu para aliviar dores no abdômen.
As folhas do cupuaçu alcançam 60 centímetros de comprimento e se caracterizam por ostentarem uma feição ferruginosa no lado inferior. Suas extensas flores apresentam uma coloração vermelho-escura e são as mais vastas desta classe, crescendo atipicamente descoladas do tronco, mais especificamente nos galhos.
O fruto desta árvore pode ser encontrado no formato de uma esfera ou na feição ovóide. Ele pode alcançar até 25 centímetros de comprimento, apresentando sempre o invólucro pétreo e plano, na cor castanho-escura. Suas sementes estão abrigadas em uma polpa branca, azeda e de intenso aroma.
O cupuaçu nasce em terra sólida e distante da superfície, com incrível capacidade de reter água, fértil e bem consistente fisicamente. Seu Ph oscila entre 6,0 e 6,5, sendo ideal para o cultivo deste vegetal. As plantas resultantes podem ser reproduzidas por intermédio de enxertia e através do cultivo de outras sementes.
Seu alto potencial no mercado torna o cultivo do cupuaçu muito cobiçado, principalmente porque sua similaridade com o cacau permite a produção de uma espécie alternativa de chocolate. Assim, em vários territórios brasileiros, vem sendo aprimorada a fabricação de um chocolate de cupuaçu, igualmente conhecido como ‘cupulate’. No Japão já é comum encontrar este produto, portanto é cada vez maior o volume do cupuaçu exportado para este país.
Esta performance econômica do cupuaçu tem provocado também o avanço da biopirataria, principalmente da parte dos japoneses. Recentemente a Asahi Foods, do Japão, viu sua patente do termo cupuaçu suspensa na União Européia, Japão e Estados Unidos, graças ao empenho de ONG’s e do Estado brasileiros.
Cresce também o uso do cupuaçu como bombom, produtos estéticos, licores e vinhos desprovidos de álcool. Avançam pesquisas científicas sobre suas reais propriedades medicinais, especialmente nos órgãos gastro-intestinais.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cupuaçu
http://www.amazonlink.org/biopirataria/cupuacu.htm