Ipê

Mestre em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais (UFAC, 2015)
Graduada em Ciências Biológicas (UFAC, 2011)

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Os ipês pertencem à família Bignoniaceae e ao gênero Tabebuia, que possui ampla distribuição desde o México e Antilhas até o Norte da Argentina e inclui cerca de 100 espécies, muitas nativas do Brasil. O gênero Tabebuia sofreu várias alterações ao longo do tempo e atualmente várias espécies de ipês estão incluídas também no gênero Handroanthus.

O nome ipê tem origem da língua indígena tupi e significa “árvore de casca grossa”. São árvores exuberantes muito utilizadas no paisagismo, para fins madeireiros e na restauração florestal. As espécies podem ser agrupadas de acordo com a cor da flor que produzem: amarela, roxa, branca e rosa.

O ipê-amarelo (Tabebuia serratifolia) é uma espécie arbórea que pode ser encontrada na Guiana Francesa, Guiana, Suriname, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia e em quase todas as regiões do Brasil, sendo muito frequente na região amazônica. A árvore atinge em média 5 a 25 metros de altura, o tronco é reto e cilíndrico e é característica de florestas pluviais densas, ocorrendo também em florestas secundárias e campinas. É do tipo caducifólia, as folhas caem no inverno a reaparecem logo após a floração, geralmente no período de julho a outubro.

Ipê-amarelo. Foto: Take Photo / Shutterstock.com

A madeira do ipê-amarelo é pesada, dura e resistente ao ataque de fungos e cupins. É utilizada na marcenaria, construções pesadas e estruturas externas, tanto civil quanto naval. Por causa de suas atrativas flores amarelas, o ipê-amarelo é muito usado no paisagismo e arborização urbana. Também é utilizado no reflorestamento de áreas degradadas.

O ipê-roxo ou ipê-roxo-de-sete-folhas (Tabebuia heptaphylla) é nativo da Mata Atlântica e apresenta ampla dispersão pelo território brasileiro. É de grande porte, geralmente apresentando 10 a 20 metros de altura. Ocorre naturalmente da Bahia ao Rio Grande do Sul em florestas secundárias e primárias e em bordas de clareiras e pequenas clareiras. Sua madeira apresenta alta densidade, resistência e maleabilidade, por isso é muito explorada, principalmente pela construção civil. Também tem importância medicinal, pois suas cascas e folhas possuem ação antiinflamatória, analgésica e diurética.

Assim como o ipê-amarelo, o ipê-roxo também é muito utilizado no paisagismo urbano por causa da floração exuberante, que coincide com o período de chuvas, quando as árvores se apresentam totalmente desprovidas de folhas. É indicada também para a recomposição de matas ciliares em locais sem inundações. Nas últimas décadas vem ocorrendo uma redução preocupante no número de exemplares dessa espécie em áreas de ocorrência natural, devido à sua ampla possibilidade de aproveitamento.

O ipê-branco (Tabebuia roseoalba) é nativo do Cerrado e Pantanal e é encontrado nos estados do Pará, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e norte de São Paulo e em alguns estados do Nordeste. Possui entre 5 a 10 metros de altura e se adapta bem em terrenos secos e pedregosos, sendo encontrada tanto no interior de florestas primárias quanto em formações secundárias. Floresce geralmente durante os meses de agosto a outubro, quando se encontra desprovida de folhas. É muito apreciada como uma planta ornamental e ótima para o paisagismo, pois seu porte não é muito grande. Também é útil para reflorestamentos. É a espécie de ipê com o menor numero de indivíduos na natureza.

O ipê rosa (Tabebuia rosea) ocorre naturalmente desde o sudeste do México até a Venezuela e costa do Equador em várias formações florestais. Possui entre 25 a 30 metros de altura. Por causa de sua beleza e rápido desenvolvimento, é amplamente utilizada na arborização de parques, ruas e avenidas no Brasil. Floresce geralmente durante o mês de outubro.

As sementes dos ipês são envolvidas por uma leve membrana, tornando-as aladas e favorecendo sua dispersão pelo vento. Nos últimos anos as mudanças climáticas estão afetando a reprodução dos ipês. As temperaturas mais altas fazem com que o florescimento ocorra mais cedo. As sementes dos ipês perdem seu poder germinativo rapidamente e esse florescimento precoce faz com que as sementes morram antes do início do período chuvoso.

Referências Bibliográficas:

Oliveira, A. I. V. Tópicos na produção de mudas de ipê “Tabebuia spp.” 2017. 52 f. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em Agronomia.). Universidade Federal do Maranhão, Chapadinha- MA, 2017.

Santos, S. R. (2017). A atual classificação do antigo gênero Tabebuia (Bignoniaceae), sob o ponto de vista da anatomia da madeira. Balduinia. 58(15-VII):10- 24.

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