Morfologia interna da folha

Por Camila Pereira Carvalho

Doutorado em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente (Instituto de Botânica de São Paulo, 2017)
Mestrado em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente (Instituto de Botânica de São Paulo, 2012)
Graduação em Biologia (UNITAU, 2006)

Categorias: Reino Plantae (plantas)
Ouça este artigo:
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!

As folhas variam muito quanto a sua forma e estrutura interna. Elas se originam do caule, inclusive o tecido vascular é contínuo entre eles. As principais funções das folhas são a fotossíntese, transpiração e respiração. Os tecidos que compõem a estrutura da folha são a epiderme, que corresponde ao sistema de revestimento, o tecido fundamental, e os tecidos vasculares, dos quais fazem parte o xilema e o floema (Figura 1).

Figura 1 – Representação esquemática de uma folha, em corte, evidenciando sua estrutura interna. Ilustração: BlueRingMedia / Shutterstock.com

A epiderme das folhas, assim como a do caule, é revestida por uma camada chamada de cutícula, que tem como função a redução da perda de água (Figura 1). Os estômatos podem estar presentes na face superior, na inferior ou em ambas as superfícies foliares. Em plantas aquáticas que flutuam na água, os estômatos podem estar localizados apenas na face superior. Já em plantas xerófitas, ou seja, que vivem em ambiente árido, os estômatos geralmente estão localizados na face inferior, estando inclusive afundados em depressões, que recebem o nome de criptas estomáticas. Essa adaptação é importante para minimizar a perda de água pela folha. Na epiderme ainda podem ser encontrados os tricomas, que estão localizados em ambas as faces ou em apenas uma face da folha. Os tricomas apresentam diversas funções, como proteção contra perda de água, defesa contra a herbivoria e atração de polinizadores.

O mesofilo corresponde ao tecido fundamental (parênquima) da folha, estando localizado entre a epiderme das faces superior e inferior (Figura 1). Como é especializado para a realização da fotossíntese, possui muitos cloroplastos. Na maioria das plantas o mesofilo é diferenciado em parênquima paliçádico e esponjoso. Geralmente as células do parênquima paliçádico são colunares e as do esponjoso apresentam formas irregulares. Os cloroplastos são mais numerosos no parênquima paliçádico, logo, a fotossíntese deve ser maior nesse tecido.

Quanto a localização, usualmente o parênquima paliçádico está no lado superior da folha, enquanto que o parênquima esponjoso se encontra no lado inferior. Nesses casos, a folha é chamada de dorsiventral. Já a folha que apresenta o parênquima paliçádico em ambas as superfícies recebe o nome de isobilateral ou isolateral. Quando não é possível fazer a distinção entre os tipos de parênquima na folha, chama-se o mesofilo de homogêneo ou uniforme.

As nervuras das folhas são constituídas pelo xilema e floema, os quais normalmente são de origem primária. Algumas eudicotiledôneas podem apresentar um crescimento secundário limitado na nervura de maior calibre. Em geral, o xilema ocorre no lado superior da nervura, e o floema, no lado inferior. Esses tecidos são envolvidos por uma camada de células chamada de bainha do feixe, o que assegura que todas as substâncias passem por esta bainha antes de entrar no feixe.

Referências bibliográficas:

Raven, P.; Evert, R.F. & Eichhorn, S.E. 2007. Biologia Vegetal. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 830 p.

Souza, L.A. 2009. Morfologia e anatomia vegetal: células, tecidos órgãos e plântula. Ponta Grossa: Ed. UEPG, 259 p.

Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!