Típicas das florestas tropicais, as palmeiras pertencem à família Arecaceae. São monocotiledôneas, lenhosas e possuem características marcantes, fazendo com que até mesmo os mais leigos possam identificá-las sem maiores dificuldades. Estão entre as plantas mais antigas do mundo, presentes em praticamente todos os biomas e formações vegetais, sendo que a maioria habita as zonas úmidas. Quanto ao número de espécies ainda existem algumas controversas, mas é possível afirmar que existem mais de 2.000 espécies e que cerca de 300 espécies ocorrem no Brasil.
Assim como na maioria das plantas, as palmeiras possuem raízes, caule, folhas, frutos e sementes. Mas essas estruturas podem apresentar características próprias e bem definidas. Os caules ou troncos das palmeiras são chamados de estipes e podem apresentar formas e tamanhos variados. O estipe termina em um meristema apical, parte conhecida popularmente por palmito, que é onde ocorre o ponto de crescimento da planta. O palmito é visível em algumas espécies de palmeiras e em outras não. Geralmente o caule das palmeiras não engrossa com o passar do tempo, visto que a maioria das espécies alcança o diâmetro máximo antes que o estipe comece a crescer em altura.
As folhas das palmeiras apresentam tamanhos, formas e texturas variadas. Geralmente são constituídas por bainha (parte que liga a folha ao estipe), pecíolo (liga a bainha ao limbo), raque (eixo principal do limbo, onde se inserem os folíolos) e limbo (parte da folha responsável pela fotossíntese, é a lamina foliar). As folhas podem ser pinadas ou palmadas. As folhas pinadas lembram o desenho de uma pena. As pinas partem da raque ou nervura central. A Butia capitata (coquinho azedo), palmeira nativa do Cerrado, apresenta folhas pinadas. As folhas palmadas possuem forma expandida com desenho circular ou semicircular. Bismarckia nobilis (palmeira-azul), originária da África, possui folhas palmadas e rígidas.
As palmeiras florescem ao atingirem a idade adulta, mas existe uma grande variação entre as espécies quanto à maturidade. Algumas florescem desde os três anos de vida e outras após os trinta anos. As flores geralmente são pequenas e pouco coloridas, apresentando as tonalidades branca, creme ou amarelada. Mas algumas, como as espécies Corypha umbraculifera (nativa do sul da Índia e do Sri Lanka) e Brahea armata (palmeira azul mexicana) apresentam floradas inusitadas e sensacionais.
Os frutos das palmeiras apresentam diferentes formas, tamanhos e cores. O fruto do coqueiro-da-bahia (Cocos nucifera) é um dos maiores. Essa espécie possui grande importância econômica. A polpa do fruto, por exemplo, é usada como alimento e matéria-prima para vários produtos e a água de coco é rica em sais minerais e traz vários benefícios ao corpo humano. Algumas palmeiras apresentam frutos de valor ornamental, como Mauritia flexuosa (buriti), espécie amplamente distribuída no Brasil que possui frutos recobertos por escamas desenhadas regularmente de coloração vermelho-acastanhada.
As palmeiras possuem grande importância econômica, sendo possível o aproveitamento de seus troncos, folhas, raízes, flores e frutos. O Brasil é o maior produtor e consumidor de palmito, extraindo esse produto principalmente das palmeiras dos gêneros Euterpe (açaízeiros e juçaras), Bactris (pupunheiras) e Syagrus (guariroba). Além da produção do palmito, a partir da maceração dos frutos do açaizeiro é produzida uma bebida popular chamada de açaí.
A partir da casca do coco-da-bahia são fabricados carpetes, capachos, pincéis, cordas, tapetes e encostos de veículos. Do coco da palmeira babaçu (gêneros Orbignya e Attalea) retiram-se as amêndoas, das quais é extraído um óleo usado na indústria alimentícia para a fabricação de óleo comestível, gordura vegetal e margarina. Também é usado para a produção de cosméticos e produtos de limpeza.
Os frutos do tucumanzeiro (Astrocaryum aculeatum), palmeira típica da Amazônia, possuem alto teor de nutrientes e são comercializados in natura ou processados, sendo sua polpa vendida por peso. O estipe dessa palmeira é muito utilizado nas construções de casas rústicas, móveis, cercas e currais. A exploração excessiva e ilegal, a destruição de habitats e a perda de parceiros mutualísticos são fatores que estão contribuindo para o desaparecimento de várias espécies de palmeiras.
Referências Bibliográficas:
Sodré, J. B. 2005. Morfologia das palmeiras como meio de identificação e uso paisagístico. 65p.
Lorenzi, H. et al. Flora brasileira - Arecaceae (Palmeiras). Nova Odessa: Plantarum, 2010. 384 p.