As tênias são vermes grandes, achatados, em forma de fita, e podem medir vários metros de comprimento, dependendo da espécie. A largura do corpo cresce de um extremo ao outro, como se fosse um triangulo muito estreito e muito longo, cor branca a bege, de aspecto leitoso, outras vezes amarelada a rosada, devido a diversas substancias absorvidas pelo verme. A superfície é lisa, brilhante, pode estar enrugada ou marcada por sulcos longitudinais devido a contraturas da parede. Goteiras transversais marcam os limites entre as proglótides.
O escólex consiste numa dilatação ovoide, piriforme ou quadrangular, por meio da qual o animal fica fixado na mucosa intestinal. No escólex encontram-se as ventosas e acúleos (ou ganchos), que são as estruturas de fixação do parasito. Os acúleos são formações rígidas, com forma de foice e constituídas por escleroproteínas. Ficam dispostos em dupla coroa sobre uma saliência mediana, situada entre as quatro ventosas: o rostro ou rostelo.
Entre o escólex e o corpo (ou estróbilo), há uma região delgada, que é o colo. Esta é uma região de crescimento do helminto, e a medida que se alonga, apresenta segmentação , até que se isolem as proglótides mais jovens. As proglótides jovens são mais largas que longas. As proglótides mais afastadas da cadeia apresentam esboço do aparelho reprodutor, que são dois cordões compactos de células, um cordão na direção ântero-posterior e mediano que irá formar o útero, e outro aproximadamente transversal, do centro até a margem da proglótide, depois este cordão cinde-se em dois que irá formar a vagina, canal deferente, cirro etc.
As proglótides são hermafroditas e apesar disso há protandria, o desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos é mais rápido que do feminino. As massas testiculares, pequenas e numerosas, encontram-se disseminadas no seio do parênquima medular. De cada testículo, parte um canal eferente que converge com os demais para formar um canal deferente único. Este canal deferente caminha em direção ao poro genital do anel e, ao atingir a porção cortical do parênquima, transforma-se no órgão copulador, o cirro, envolvido por uma bolsa musculosa, a bolsa de cirro.
Os órgãos femininos compreendem: um ovário bilobado, formado por túbulos muito ramificados e situado próximo à margem distal da proglote; uma glândula vitelogênica ou vitelária, também um tubo uterino. A porção do oviduto recurvada em U é envolvida por glândulas unicelulares denominadas glândulas de Mehlis.
À medida que as proglótides vão se afastando do escólex, observam-se primeiro os testículos e depois os ovários, os dois vão sofrendo regressão, ao mesmo tempo em que os dois se hipertrofiam, ramificando-se e enchendo de ovos. As proglótides mudam constantemente de forma devido á alta motilidade de extensão e encurtamento, constrição e relaxamento e até arrastamento quando se desprendem do estróbilo.
FONTE: REY, Luis. Bases da parasitologia médica. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.