A Taenia hydatigena ou Taenia marginata, tem seu metacestódeo chamado de Cysticercus tenuicollis, seu local de predileção é a cavidade abdominal e fígado em seus hospedeiros intermediários e no intestino delgado de seus hospedeiros definitivos. Seus hospedeiros definitivos são os cães e seus hospedeiros intermediários são os ovinos, os bovinos, os cervos, os suínos e os equinos.
O adulto é um cestódeo grande que mede até 5m de comprimento. O escólex é grande e tem duas fileiras de 26 e 46 ganchos rostelares. Os proglotes grávidos têm 12x6 mm e o útero tem cinco a dez ramos laterais. O metacestódeo maduro (Cysticercus tenuicollis) tem cerca de 5-8 cm de diâmetro e contem um único escólex invaginado (verme bexiga) com pescoço longo. Os ovos são ovais ou elípticos e medem 36-39 x 34-35µm.
Cães e canídeos silvestres são infectados consumindo o cisticerco no hospedeiro intermediário. Caso não sejam tratados, o hospedeiro final pode albergar tênias por vários meses até um ano ou mais. O hospedeiro intermediário é infectado pela ingestão de ovos da tênia, que eclodem no intestino. As oncosferas, infectantes para ovinos, bovinos e suínos são transportadas pelo sangue para o fígado, no qual migram por cerca de quatro semanas antes de sua emergência na superfície deste órgão e aderem ao peritônio. Dentro de quatro semanas, cada uma delas se desenvolve em metacestódeos caracteristicamente grandes, Cysticercus tenuicollis.
Infecções intensas em cordeiros jovens podem causar hepatite e morte. Ocasionalmente os cisticercos em desenvolvimento são destruídos no fígado, de forma presumível em bovinos previamente expostos a infecção, nesses casos, a superfície subcapsular do fígado é guarnecida de nódulos verdes com cerca de um cm de diâmetro. Infecção grave do fígado ou dos tecidos pode resultar em condenação do fígado/da carcaça em abatedouros. Os cisticercos maduros na cavidade peritoneal geralmente são benignos. Imunidade concomitante, adquirida a partir da infecção primaria, pode ocorrer em hospedeiro intermediário permitindo aos metacestódeos sobreviver no hospedeiro, apesar deste ser resistente a reinfecção.
Cães com tênias adultas geralmente são assintomáticos mas em infecções maciças podem haver distúrbios gastrointestinais como diarreia, dor abdominal e prurido anal que resulta da migração dos proglotes a partir da área perianal. Ruminantes infectam-se em pastos e forragens contaminados com fezes caninas que albergam ovos de Taenia hydatigena. Existe um ciclo no lobo e na rena em latitudes setentrionais em que os metacestódeos são encontrados no fígado do hospedeiro intermediário, e cães podem ser infectados como hospedeiros definitivos. O hospedeiro definitivo pode abrigar tênias de vários meses a um ano ou mais.
Fonte:
NEVES, D. P.; MELO, A. L.; LINARDI, P. M. & VITOR, R. W. A. Parasitologia humana. 11ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2005.
URQUHART, G. M.; ARMOUR, J.; DUNCAN, J. L. Parasitologia veterinária. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
REY, L. Parasitologia: parasitos e doenças parasitárias do homem nos trópicos cidentais. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.