O Comunismo libertário ou anarco-comunismo é o nome dado a uma vertente de anarquismo que advoga a abolição do Estado e do capitalismo em favor de uma rede horizontal de associações voluntárias através das quais todos serão livres para satisfazer suas próprias necessidades. É em muitos pontos a junção de preceitos tanto da doutrina anarquista como comunista. Apesar do comunismo libertário também ser conhecido como anarco-comunismo, no entanto, enquanto todos os anarco-comunistas são comunistas libertários, alguns comunistas libertários, como os comunistas conselhistas (tendência surgida no interior do movimento revolucionário do início do século XX, em contraposição tanto ao revisionismo dos social-democratas quanto ao bolchevismo de Lênin), não são anarquistas. O que distingue o comunismo anarquista de outras variantes do comunismo libertário é a oposição a concepções de todas as formas de poder político, hierarquia e dominação.
Em comum com todos os socialistas, os anarquistas defendem que a propriedade privada da terra, capital, máquinas, enfim, todos estes conceitos de riqueza já tiveram seu tempo e lugar em meio à sociedade, estão condenados a desaparecer, e ainda, que todos os requisitos para a produção deve, e irão se tornar propriedade comum da sociedade, tendo sua gestão em comum pelos produtores de riqueza.
Tal corrente possui ainda semelhanças com os representantes mais avançados de radicalismo político, os anarco-comunistas afirmam que o ideal da organização política da sociedade é um estado de coisas, onde as funções do governo são reduzidos ao mínimo, e o indivíduo recupera sua plena liberdade de iniciativa e ação para satisfazer, por meio de grupos livres e federações (constituídas livremente) de todas as necessidades infinitamente variadas do ser humano.
Entre os representantes mais conhecidos desta corrente de pensamento estão Peter (Piotr) Kopotkin, Errico Malatesta e Nestor Makhno. Dentre estes três, Kropotkin é visto como o mais importante teórico do anarco-comunismo, destacando-se suas obras "Em Busca do Pão" e "Campos, Fábricas e Oficinas". Kropotkin acreditava ser a cooperação mais benéfica do que a concorrência, argumentando em "Mutualismo : Um Fator de Evolução" que a ajuda mútua é comportamento que se encontra na natureza. As ideias anarco-comunistas foram muito influentes na introdução do anarquismo no Japão através dos esforços de Kotoku Shusui no início de 1900, que se correspondia com Kropotkin e traduziu suas obras. Alexander Berkman e Emma Goldman (ambos deportados dos EUA em 1919) tornaram-se defensores importantes do "anarco-comunismo", sendo especialmente críticos do bolchevismo de Lênin depois de descobrirem a sua realidade devastadora em primeira mão na Rússia. Estes, por sua vez foram influenciados pelo alemão emigrado para os EUA, Johann Most, que já havia ajudado a trazer o pensamento anarquista-comunista para o Reino Unido por volta de 1880.
Bibliografia:
KROPOTKIN, Peter. Anarchist Communism: Its Basis and Principles (em inglês). Disponível em: <http://www.fourmilab.ch/
Anarchist communism - an introduction (em inglês). Disponível em: <http://libcom.org/thought/