Comunismo de Conselhos é uma vertente política de origem marxista.
Em meados do século XIX, o filósofo alemão Karl Marx escreveu sua mais importante obra abordando o funcionamento do sistema capitalista e tecendo sua crítica aos modelos alternativos que então eram apresentados. O socialismo era defendido por muitos outros intelectuais, que acreditavam que a burguesia tomaria consciência de sua riqueza e a repartiria com a sociedade, tornando-a mais igualitária. Este modelo de socialismo ficou conhecido como utópico especialmente após Marx formular uma contraproposta, mais próxima da realidade e dotada de métodos. Criava, assim, um socialismo dito científico. Desta forma, Karl Marx seria um dos mais importantes intelectuais do século XIX, cujas ideias seriam duradouras e nos influenciam até hoje. No entanto, várias releituras de suas propostas foram feitas, gerando novas vertentes e interpretações sociais ainda dentro do que se considera esquerda no espectro político.
O Comunismo de Conselhos surgiu no início do século XX fazendo contraposição ao revisionismo da social-democracia e ao bolchevismo de Lênin. Os adeptos pioneiros dessa corrente, também marxistas, eram holandeses e alemães, especialmente adeptos do Partido Comunista da Alemanha e do Partido Social-Democrata da Alemanha. Suas ideias se desenvolveram a partir da década de 1920, mas tinha referências no luxemburguismo, cujas ideias eram baseadas na comunista radical alemã Rosa Luxemburgo. Esta foi a primeira a criticar os líderes revisionistas do Partido Social-Democrata Alemão.
É interessante notar que na década de 1920 a Rússia já havia passado por sua revolução e adotado um regime de esquerda. No entanto, comunistas russos e comunistas ocidentais não convergiam em suas ideologias e, constantemente, trocavam críticas. Os conselhistas, como são chamados os partidários do Comunismo de Conselhos, julgavam o socialismo soviético como algo muito distante do verdadeiro comunismo e se tornaram reais opositores.
O Comunismo de Conselhos defendia que os conselhos operários seriam órgãos legítimos da revolução operária e da organização da sociedade comunista, acabando com a necessidade de Estado ou partidos políticos. Com o crescimento dos movimentos de esquerda na Europa, os conselhos operários acabaram se tornando uma tendência na organização proletária e revolucionária para fazer oposição ao bolchevismo e à social-democracia. Eles passaram a publicar revistas e livros com suas críticas aos modelos que faziam oposição e defendendo seus princípios. Neste contexto, destacaram-se Anton Pannekoek, Karl Korsch e Otto Rühle.
Mas também o Comunismo de Conselhos não é um movimento bem definido, pois é dotado de várias fases e perspectivas. Seus teóricos apresentam distintas visões e alguns até criticam a própria vertente. Mas, de todo modo, os conselhistas ainda estão presentes e as ideias do Comunismo de Conselhos influenciam muitos políticos no mundo, inclusive no Brasil.
Fontes:
http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/Urutagua/article/viewFile/9043/6630
http://lastro.ufsc.br/?page_id=1842