Putinismo é o termo que vem sendo empregado atualmente para designar os maneirismos das administrações realizadas por Vladimir Putin, ex-membro da KGB (a antiga polícia secreta soviética), ex-presidente e ex-primeiro ministro da Federação Russa por duas vezes, e que em maio de 2012 foi novamente eleito presidente da república de seu país. Não bastasse as quatro vezes em que assumiu os mais altos cargos da política russa, sua filosofia de administração tem o apoio incondicional do atual primeiro ministro, o também ex-presidente, Dmitry Medvedev, fiel aliado e seguidor de Putin.
Tamanho domínio da política doméstica russa por Putin e seus aliados acabou dando origem a uma forma particular deste grupo de fazer política, identificado pelos analistas internacionais pelo nome de putinismo, fórmula que poderia ser resumida como uma maneira nacionalista e autoritária de governo, que se apresenta com uma face democrática e inserida na economia de livre mercado. Dentro da fórmula elaborada pelo presidente russo, a maioria das instituições políticas e potências financeiras são dirigidas por um silovik, termo russo aplicado aos indivíduos com uma carreira militar ou dentro dos serviços de segurança russos, que posteriormente são alçados a cargos de destaque, em especial dentro do círculo político.
O putinismo assumiu toda a sua face com a segunda eleição de Putin para presidente, sucedendo seu afilhado político, Medvedev, que previsivelmente foi logo nomeado primeiro-ministro pelo presidente eleito. Na Rússia de hoje, é flagrante o diunvirato que se apresenta na esfera mais alta de poder, com os dois se alternando na liderança do país. Como se já não fosse bastante danosa para a democracia russa esse controle político do presidente, somam-se ao longo da década os atentados contra as liberdades civis e de imprensa, o predomínio sobre o poder judiciário, traços mais próximos de uma ditadura do que de um regime democrático.
Tal cenário já é por demais evidente para grande parte da população russa, que começa a demonstrar seu repúdio a esta forma clientelista e autoritária de governar. Com poucos meses de governo, é previsível que a segunda administração Putin seja posta à prova por meio de vários protestos populares e através da mobilização dos opositores. Como a legislação russa permite a reeleição de seus políticos por uma vez seguida, Putin tem a possibilidade de se eleger para mais um mandato ao término deste, garantindo sua permanência como presidente russo até 2024 (dois mandatos de 6 anos), outro fator que faz com que boa parte dos russos e dos partidos opositores se preocupem com o domínio absoluto da política russa por Vladimir Putin.
Bibliografia:
TEIXEIRA, Raquel de Melo. "Putinismo", o novo estalinismo? Disponível em: http://hojeeraassim.blogspot.com.br/2012/03/putinismo-o-novo-estalinismo.html . Acesso em: 04 nov. 2012.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/politica/putinismo/