Ultranacionalismo é uma ideologia político-filosófica de extrema direita.
Após a Revolução Francesa, no final do século XVIII, surgiu uma tese ideológica baseada na valorização marcada pela aproximação e pela identificação com uma nação. Esse tipo de corrente de pensamento foi chamado de nacionalismo, que é algo diferente do patriotismo uma vez que este se trata de uma manifestação de amor aos símbolos do Estado. O nacionalismo, por sua vez, define-se politicamente pela defesa de um território delineado por fronteiras, mas, principalmente, pelas suas marcas linguísticas e culturais. Assim, o nacionalismo foi apropriado por vários movimentos político-ideológicos muito marcantes no século XX, como o fascismo, o nazismo e o comunismo e, no Brasil, o integralismo.
O Ultranacionalismo tem sua base no nacionalismo, que, por si só, nem sempre representa uma corrente de pensamento político. No entanto, o Ultranacionalismo é o nacionalismo em sua forma mais fervorosa com posicionamento extremista. Muitas vezes está vinculado ao autoritarismo e é defensor de medidas como a proibição da imigração e a expulsão ou opressão de não nativos em radicados no território de seus ideólogos. Os seguidores dessa linha de pensamento normalmente são caracterizados como lideranças demagógicas, autores de discursos que previnem sobre a sobrevivência nacional e sua etnia, defensores do militarismo e do controle rígido das empresas e da produção. Em casos extremos em um Estado, está no limiar da guerra e na eminência do genocídio, quando se trata de Ultranacionalismo etnocêntrico.
O Ultranacionalismo está muito atrelado ao falso conceito de “raça” e pressupõe a superioridade de uma etnia para estabelecer um modelo de manutenção da ordem política e social. E daí que surgem os genocídios, uma vez que tal discurso torna justificável a limpeza étnica. Adolf Hitler talvez seja o exemplo mais destacado do Ultranacionalismo. Seu discurso defendia a existência de uma raça superior ariana na Alemanha e, com base nesse pressuposto, promoveu o massacre de milhões de judeus.
Essa ideologia possui fortes características populistas e, principalmente, chauvinistas, que se refere à externação de opiniões de modo exacerbado, agressivo e tendencioso a um país ou etnia, o que vem, normalmente, acompanhado de forte desprezo às minorias.
Um dos grandes representantes do Ultranacionalismo no mundo atualmente é o francês Jean-Marie Le Pen, que foi candidato à presidência da França em 2002. Membro da ultradireita europeia, seu discurso é repleto de xenofobia e exageros. Na América do Sul, hoje, há manifestações ditas como Ultranacionalismo de esquerda em países como Venezuela e Bolívia. No Brasil, o mais proeminente político ultranacionalista foi Enéas Carneiro. Ele criou o único partido ultranacionalista do país, o PRONA, que se fundiu em 2006 com o PL para criar o Partido da República.
(publicado em 2013)
Fontes:
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=9&id_noticia=214765
http://www.youtube.com/watch?v=xWEZbrLZhfY
http://www.jstor.org/discover/10.2307/41011104?uid=3737664&uid=2&uid=4&sid=21102746177667
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/politica/ultranacionalismo/