Lista de exercícios sobre Crase, retirados de vestibulares. Ler artigo Crase.
Assinale a alternativa correta em relação ao acento grave indicativo de crase estabelecido pela norma culta da língua.
Naquela época, a morte de um pescador por sezão cheirava à ironia na vila.
Depois o boi adoeceu; ficou caído, à moscas, imóvel e rijo na sua armação de bambu verde.
Mas o boi continua sobre às pernas, mais duro que o samburá de cipó, os olhos de carvão imóveis e tristes.
As mulheres de saias domingueiras, algumas com o filho no colo, ficavam à espreitar os maridos.
À vista dos samburás com uns mirrados peixinhos, a comunidade se entristecia.
Neste exercício deve ser assinalada a alternativa em que o acento grave (crase) está sendo utilizado corretamente. Vejamos:
A - “Naquela época, a morte de um pescador por sezão cheirava à ironia na vila.” - Neste caso, não há necessidade de se usar a crase, pois trata-se apenas de uma preposição “a”. Pode-se perceber claramente que não há necessidade do artigo “a”, ao substituirmos a palavra “ironia” por um substantivo masculino: “ cheirava a desprezo”. Neste caso, também não se utiliza o artigo masculino “o”, porque nesta construção ele não é necessário.
B - “Depois o boi adoeceu; ficou caído, à moscas, imóvel e rijo na sua armação de bambu verde.” - Visto que a crase é a junção entre a preposição a e o artigo feminino (a, as), sabe-se que antes de palavras no plural não se utiliza a construção “à”, a menos que estivesse acompanhada de “s”. Exemplo: “às claras”. O uso, portanto, está inadequado.
C - “Mas o boi continua sobre às pernas, mais duro que o samburá de cipó, os olhos de carvão imóveis e tristes.” - Neste caso, não se utiliza crase pois trata-se apenas de um artigo feminino no plural “as pernas”. Não há necessidade de preposição, e portanto, não há necessidade de crase.
D - “As mulheres de saias domingueiras, algumas com o filho no colo, ficavam à espreitar os maridos.” - Antes de verbos não se usa crase, pois não há necessidade de artigos antes de verbos. O uso está, portanto, inadequado.
E - “À vista dos samburás com uns mirrados peixinhos, a comunidade se entristecia.” - O uso da crase, neste caso, está adequado, pois faz parte da expressão idiomática “à vista de”.
A resposta para a questão, portanto, é a letra E.
É preciso suprimir um ou mais sinais de crase em:
À falta de coisa melhor para fazer, muita gente assiste à televisão sem sequer atentar para o que está vendo.
Cabe à juventude de hoje dedicar-se à substituição dos apelos do mercado por impulsos que, em sua verdade natural, façam jus à capacidade humana de sonhar.
Os sonhos não se adquirem à vista: custa tempo para se elaborar dentro de nós a matéria de que são feitos, às vezes à revelia de nós mesmos.
Compreenda-se quem aspira à estabilidade de um emprego, mas prestem-se todas as homenagens àquele que cultiva seus sonhos.
Quem acha que agracia à juventude de hoje com elogios ao seu pragmatismo não está à salvo de ser o responsável pela frustração de toda uma geração.
A questão pede para escolhermos uma alternativa em que é necessário suprimirmos um ou mais sinais de crase.
Letra A - “À falta de coisa melhor para fazer, muita gente assiste à televisão sem sequer atentar para o que está vendo.” O primeiro sinal de crase não pode ser suprimido pois faz parte de uma expressão do idioma “à falta de”, não podendo, portanto, ser alterado. Quanto ao segundo, existe pelo fato de o verbo exigir preposição “assistir a”, e pelo fato de a palavra seguinte ser um substantivo feminino “televisão”, que admite o artigo “a”. Sendo assim, a crase também é necessária.
Letra B - “Cabe à juventude de hoje dedicar-se à substituição dos apelos do mercado por impulsos que, em sua verdade natural, façam jus à capacidade humana de sonhar.” - O verbo caber, neste caso, é transitivo direto e indireto, sendo regido pela preposição “a”. Como o complemento (objeto indireto) é um substantivo feminino, ocorre a crase para mostrar a junção entre preposição e artigo. Acontece o mesmo com o segundo caso: o verbo dedicar-se pede uma preposição “a”, e o complemento “substituição” admite um artigo “a”, sendo também necessário o sinal de crase.
Letra C - “Os sonhos não se adquirem à vista: custa tempo para se elaborar dentro de nós a matéria de que são feitos, às vezes à revelia de nós mesmos.” - Neste caso, são mostradas três expressões idiomáticas “À vista”, “às vezes” e “à revelia”, e todas se utilizam do sinal grave, o qual não pode ser retirado já que re trata de uma expressão idiomática que é fossilizada.
Letra D - “Compreenda-se quem aspira à estabilidade de um emprego, mas prestem-se todas as homenagens àquele que cultiva seus sonhos.” - No primeiro caso, a crase ocorre porque o verbo aspirar é regido pela preposição “a”, e está seguido de um substantivo feminino, que admite o artigo “a”. No segundo caso, a crase ocorre porque o substantivo “homenagem” pede um complemento nominal, e para isso se utiliza da preposição “a” (prestar homenagem a), e seu complemento é iniciado pelo pronome “aquele”, uma das palavras que pode se juntar à preposição “a” através do fenômeno da crase.
Letra E - “Quem acha que agracia à juventude de hoje com elogios ao seu pragmatismo não está à salvo de ser o responsável pela frustração de toda uma geração.” - Na primeira ocorrência, o sinal grave não é exigido, uma vez que o verbo “agraciar” é transitivo direto, e portanto não é seguido por preposição. O “a” que se segue é apenas um artigo que acompanha o substantivo “juventude”, não necessitando, portanto, a utilização do sinal grave. No segundo caso, apesar de tratar-se de uma expressão idiomática, a mesma não utiliza crase, o correto seria “a salvo”, assim como as outras expressões “a nado”, “a pé”.
A alternativa que deve ser assinalada, portanto, é a letra E.
Avalie as duas frases que seguem:
I. Ela cheirava à flor de romã. II. Ela cheirava a flor de romã.
Considerando o uso da crase, é correto afirmar:
As duas frases estão escritas adequadamente, dependendo de um contexto.
As duas frases são ambíguas em qualquer contexto.
A primeira frase significa que alguém exalava o perfume da flor de romã.
A segunda frase significa que alguém tem o perfume da flor de romã.
O “a” da segunda frase deveria conter o acento indicativo da crase.
Esta questão pede para marcarmos uma ou mais das afirmativas que estiverem corretas quanto ao uso (ou não) da crase nas duas frases apresentadas:
As afirmativas corretas são a afirmativa 1 “As duas frases estão escritas adequadamente, dependendo de um contexto” e a afirmativa 4 “A primeira frase significa que alguém exalava o perfume da flor de romã”.
A afirmativa 2 “As duas frases são ambíguas em qualquer contexto” não está correta pois a utilização da crase na frase 1 dá-nos a entender que “ela tinha cheiro de flor de romã” enquanto a não utilização da crase na frase 2 faz-nos entender que “ela estava cheirando uma flor de romã”.
A afirmativa 8 “A segunda frase significa que alguém tem o perfume da flor de romã” não está correta porque este é o significado da primeira frase e não da segunda.
A afirmativa 16 “O ‘a’ da segunda frase deveria conter o acento indicativo da crase” está correta, pois se na segunda frase houvesse o acento grave, as duas frases significariam exatamente a mesma coisa, e a frase não está incorreta, nem semanticamente, nem sintaticamente.
(UNICAMP 2007 – Readaptada)
“Matte a vontade. Matte Leão”
Este enunciado faz parte de uma propaganda afixada em lugares nos quais se vende o chá Matte Leão. Observe as construções abaixo, feitas a partir do enunciado em questão.
I – Matte à vontade.
II – Mate a vontade.
III – Mate à vontade.
Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S):
No item I, a expressão indica que o leitor pode tomar chá Matte o quanto quiser.
Nos itens II e III possuem o mesmo sentido, indicando que o leitor deve consumir bastante o chá mate.
Os itens I e III são categóricos ao afirmar que o leitor precisa matar o desejo de ingerir o chá.
No item II, a frase sugere que o leitor realize o seu desejo, que mate essa vontade que o martiriza.
O item II diz respeito ao ato de matar, ou seja, tirar a vida de um ser humano.
No item III, a sugestão é de matar, referindo-se a provocar a morte de um ser vivo.
A questão nos pede para assinalarmos as afirmativas corretas quanto ao significado das frases: I – Matte à vontade; II – Mate a vontade e III – Mate à vontade.
As afirmativas corretas são:
1) No item I, a expressão indica que o leitor pode tomar chá Matte o quanto quiser.
8) No item II, a frase sugere que o leitor realize o seu desejo, que mate essa vontade que o martiriza.
32) No item III, a sugestão é de matar, referindo-se a provocar a morte de um ser vivo.
A afirmativa 2 “Nos itens II e III possuem o mesmo sentido, indicando que o leitor deve consumir bastante o chá mate.” não está correta pois o item II significa que a pessoa deve “matar a vontade de tomar chá”, enquanto o item III significa que a pessoa deve “matar enquanto tiver vontade”. A ausência da letra t na palavra “mate”, transforma o nome do chá no verbo matar.
A afirmativa 4 “Os itens I e III são categóricos ao afirmar que o leitor precisa matar o desejo de ingerir o chá.” não está correta, pois nenhum dos dois itens faz esta afirmação. O primeiro persuade o leitor a tomar a quantidade de chá que quiser, e o terceiro item insinua que o leitor pode praticar o ato de “matar” o quanto quiser.
A afirmativa 16 “O item II diz respeito ao ato de matar, ou seja, tirar a vida de um ser humano” também está incorreta pois o item diz respeito ao ato de matar, porém, trata-se de matar a vontade de tomar chá (sentido figurado) e não de tirar a vida de um ser humano.
Assinale a alternativa correta quanto ao acento indicador de crase.
Convém não confundir a habitação voltada a moradia própria, mesmo que irregular, com a ação de especuladores, que, às vezes, invadem às áreas de preservação permanente e vendem até barracos prontos.
Rosamaria recebeu do Juizado Militar a opção da liberdade vigiada e pôde sair da cadeia, embora a liberação tivesse fortes limitações como proibição de deixar a cidade, de chegar a casa após as 22h e de trabalhar.
Temos que aprender à punir com o voto todos os corruptores, da direita a esquerda, ano a ano, independentemente da cor partidária.
Em tempos de doenças transmitidas à seres humanos pelo mosquito Aedes Aegypti, médicos de todo o país dirigem-se à Curitiba para estudar temas transversais relacionados a dengue, a chikungunya e ao zika.
"Às vezes, nas ruas, há passeios em certas partes e outras não."
No termo em destaque temos um caso da utilização do acento grave. A alternativa em que o acento indicativo de crase não procede é:
O amor deve ser saboreado gota à gota, e não de uma só vez;
Tais informações são iguais às que recebi ontem;
Perdi uma caneta semelhante à sua;
A construção da casa obedece às especificações da Prefeitura;
Não assistiu a essa apresentação, mas à de seu irmão.
“...tirou logo um cutelo comprido e enviou-lhe um golpe à cabeça...” O termo em destaque apresenta a utilização de acento grave (ocorrência de crase). Dadas as opções abaixo, assinale a que apresenta ERRO quanto a tal ocorrência:
Chegou àquela região inóspita;
Não tive tempo de ir à casa apanhar os papeis;
À medida em que anoitecia, aumentava-lhe o medo;
Encontrei-o à beira da morte;
Partiu às pressas.