Na língua portuguesa há dois gêneros: o masculino, antecedido pelo artigo "o"; e o feminino, antecedido pelo artigo "a".
Exs.:
- o sabão – o carro – o colchão – o sol – o macarrão
- a espuma – a mesa – a colcha – a nuvem – a salada
Os substantivos podem ser biformes e uniformes.
a) substantivos biformes – são aqueles que possuem duas formas para indicar o gênero. Abaixo, mostramos algumas formações do feminino nos substantivos biformes.
Grande parte dos substantivos terminados em -o (forma masculina), mudam para -a (forma feminina).
Exs.:
- menino – menina
- boneco – boneca
- gato – gata
Os substantivos terminados em -ão (forma masculina) podem passar para -ã, -oa ou ainda para -ona na forma feminina.
Exs.:
- capitão – capitã
- leão – leoa
- valentão - valentona
Na maioria dos substantivos terminados em -or (forma masculina) acrescentamos -a na sua forma feminina.
Exs.:
- cantor – cantora
- animador – animadora
- vendedor - vendedora
Porém, alguns substantivos terminados em -or (forma masculina) substituem o sufixo -or por -eira em sua forma feminina.
Exs.:
- lavador – lavadeira
- arrumador - arrumadeira
Alguns substantivos terminados em -e (forma masculina) mudam a terminação para -a (forma feminina).
Exs.:
- governante – governanta
- mestre – mestra
- monge – monja
Nos substantivos terminados em -ês, l e z (forma masculina) acrescentamos -a no feminino.
Exs.:
- camponês – camponesa
- bacharel - bacharela
- juiz – juíza
Alguns substantivos que indicam ocupação ou título formam o feminino com os sufixos -esa, -essa e -isa.
Exs.:
- barão – baronesa
- conde – condessa
- sacerdote - sacerdotisa
Além das formações apresentadas acima para os substantivos biformes, também temos outras formações que não se encaixam em nenhum desses grupos, são as chamadas formações irregulares, como podemos ver abaixo.
- Ateu – ateia
- ator – atriz
- avô – avó
- czar – czarina
- dom – dona
- embaixador – embaixatriz
- europeu – europeia
- frade – freira
- galo – galinha
- guri – guria
- herói – heroína
- imperador – imperatriz
- judeu – judia
- mandarim – mandarina
- perdigão – perdiz
- peru – perua
- pigmeu – pigmeia
- rapaz – rapariga
- rei – rainha
- réu – ré
- sultão – sultana
Na categoria dos substantivos biformes, também temos aqueles que possuem palavras diferentes para o masculino e feminino.
- Bode – cabra
- boi – vaca
- carneiro – ovelha
- cavaleiro – amazona
- cavalheiro – dama
- cavalo – égua
- genro – nora
- homem – mulher
- pai – mãe
- zangão – abelha
b) Substantivos uniformes: são aqueles que possuem apenas uma forma para os dois gêneros. Eles podem ser comuns-de-dois, epicenos e sobrecomuns.
Comuns-de-dois: São aqueles que diferenciam o gênero através da anteposição do artigo o (masculino) e do artigo a (feminino).
Exs.:
- o capitalista – a capitalista
- o estudante – a estudante
- o cliente – a cliente
Epicenos: são os nomes de animais e plantas que diferenciam os gêneros acrescentando as palavras macho e fêmea.
Exs.:
- cobra macho – cobra fêmea
- peixe macho – peixe fêmea
Sobrecomuns: são aqueles que possuem apenas uma forma, tanto para o masculino quanto para o feminino.
Exs.:
- a criança
- o indivíduo
- a testemunha
Observações:
1) Os nomes de rios, ventos, montes, pontos cardeais e meses são masculinos porque essas palavras estão subentendidas.
Exs:
- o (rio) Nilo
- o (vento) Aragano
- o leste
- o (oceano) Atlântico
- o (mês) maio
2) Há ainda os substantivos que quando estão no masculino possuem um significado e quando estão no feminino o significado é alterado.
Exs.:
- o cabeça (o chefe) – a cabeça (parte do corpo)
- o capital (dinheiro, bens) – a capital (cidade principal)
- o rádio (aparelho) – a rádio (estação)
3) Abaixo, apresentamos uma lista de substantivos que podem oferecer dúvidas em relação ao seu gênero:
- Masculinos: Os nomes das letras do alfabeto, dó, formicida, lança-perfume, pijama, saca-rolhas, sanduíche, sósia, telefonema.
- Femininos: aguardente, alface, análise, cal, cólera, dinamite, fênix, fruta-pão.
Bibliografia:
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 38 ed. rev. ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 41 ed. São Paulo: Editora Nacional, 1998.
PERINI, Mario A. Gramática do português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.
SOUZA, Jésus Barbosa de; CAMPEDELLI, Samira Youssef. Minigramática. 2 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2000.