A formação de palavras tem diferentes processos de combinação de morfemas para formar novas palavras. Os principais processos de formação são a derivação e a composição.
Derivação é o processo pelo qual palavras novas são criadas a partir de outras já existentes na língua, alterando, assim, o sentido. AS palavras novas são chamadas de Derivadas e as que lhe dão origem, Primitivas. A Derivação pode ser dividida conforme abaixo:
Conteúdo deste artigo
- Derivação prefixal ou por prefixação
- Derivação Sufixal ou Por Sufixação
- Derivação prefixal e sufixal
- Derivação parassintética
- Derivação regressiva
- Derivação imprópria
- Composição
- Composição por aglutinação
- Composição por justaposição
- Compostos Eruditos
- Hibridismo
- Neologismo
- Neologismo semântico
- Neologismo sintático
- Neologismo lexical
- Onomatopeia
Derivação prefixal ou por prefixação
É quando acontece um acréscimo de prefixo à palavra primitiva. Exemplo:
In + feliz - infeliz
In – prefixo
Feliz – palavra primitiva
Infeliz – palavra nova (derivada)
Derivação Sufixal ou Por Sufixação
É quando acontece um acréscimo de sufixo à palavra primitiva. Exemplo:
Mal + vado – malvado
Mal – palavra primitiva
Vado – sufixo
Malvado - palavra nova (derivada)
Essa derivação sufixal tem por finalidade formar séries de palavras da mesma classe gramatical e a partir dela são formados novos substantivos, adjetivos, verbos e até advérbios; por isso são classificados em:
- Nominal: quando é formado pela junção de um radical para dar origem a um substantivo ou a um adjetivo. Exemplo: ponteira – pontinha – pontudo.
- Verbal: quando é formado pela junção de um radical para dar origem a um verbo. Exemplo: amanhecer – atualizar - suavizar.
- Adverbial: quando é formado pela junção de um radical para dar origem a um advérbio de modo. Exemplo: perigosamente – felizmente – religiosamente.
Derivação prefixal e sufixal
É quando acontece um acréscimo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Exemplo:
In + feliz = mente - infelizmente
In – prefixo
Feliz – palavra primitiva
Mente - sufixo
Infelizmente – palavra nova (derivada)
Na Derivação Prefixal e Sufixal, a presença apenas do sufixo ou apenas do sufixo na palavra primitiva é suficiente para a formação de uma nova palavra – infeliz ou felizmente.
Derivação parassintética
É quando acontece um acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Exemplo:
Em + pobre + cer = empobrecer
Em – prefixo
pobre – palavra primitiva
cer - sufixo
Empobrecer – palavra nova (derivada)
Diferente da Derivação Prefixal e Sufixal, a presença apenas do sufixo e apenas do prefixo na palavra primitiva não é suficiente para a formação de uma nova palavra. No caso da palavra empobrecer, por exemplo, ela só existe com ambas as derivações aplicadas simultaneamente.
Derivação regressiva
É quando acontece uma redução na palavra primitiva. Exemplo: flagrante – flagra, delegado – delega, português – portuga
A Derivação Regressiva tem maior importância na formação de substantivos deverbais ou pós-verbais, que foram unidos por uma das vogais –o, -a ou –e ao radical do verbo. Exemplos:
- Ajudar – a ajuda
- Perder – a perda
- Vender – a venda
- Debater – o debate
- Cortar – o corte
- Atacar – o ataque
- Atrasar – o atraso
- Chorar – o choro
- Apelar – o apelo
Derivação imprópria
As palavras podem mudar de classe gramatical sem sofrer alteração na forma. Exemplo:
- Os bons sempre se prejudicam. – Adjetivo substantivado
- O argumento da advogada foi bem claro. – Adjetivo adverbializado
Composição
Composição é o processo pelo qual palavras novas são formadas pela junção de duas ou mais palavras, ou seja, de dois ou mais radicais. Essas palavras são chamadas de Compostas em oposição às simples, que possuem um só radical. A Composição pode acontecer de duas formas, conforme abaixo:
Composição por aglutinação
É a junção das palavras em que elas sofrem alteração fonética. Exemplos:
Plano + Alto: planalto – queda do o
Água + ardente: aguardente – queda do a
Perna + alta: pernalta – queda do a
Em + boa + hora: embora – queda do a
Composição por justaposição
É a junção das palavras em que elas não sofrem alteração fonética. Exemplos:
Ponta + pé: pontapé
Gira + sol: girassol
Passa + tempo: passatempo
Madre + pérola: madrepérola
Além desses casos, existem casos especiais de palavras compostas que não são formadas a partir de outras palavras da língua portuguesa, mas sim de radicais pertencentes a outras línguas. Estes classificam-se em:
Compostos Eruditos
Quando as palavras são compostas de radicais apenas latinos ou gregos. Exemplos:
Agrícola – agri- (latim) + -cola (latim)
Piscicultura – pisci- (latim) + -cultura (latim)
Pentágono – penta- (grego) + -gono (grego)
Hibridismo
Quando as palavras são compostas de radicais de idiomas diferentes. Exemplos:
Monocultura: mono- (grego) + -cultura (latim)
Bicicleta: bi- (latim) + -ciclo (grego) + -eta (francês)
Automóvel: auto- (grego), -móvel (latim)
Outros meios usados para a criação de palavras é o Neologismo e a Onomatopeia:
Neologismo
Quando novas palavras são criadas a partir de uma necessidade do falante em contextos específicos que podem ser temporárias ou permanentes em vista de um novo conceito. Exemplos:
Informática – informatizar
O Neologismo pode ser classificado em três tipos:
Neologismo semântico
Quando a palavra já existente ganha um novo significado. Exemplo:
Ana disse que deu zebra quando ela tirou o binóculo da bolsa. – deu errado
Marcelo faz bico para ajudar nas contas da casa. – trabalho temporário
Neologismo sintático
Quando existe uma combinação de elementos já existentes na língua como a derivação ou a composição. Exemplo:
João Paulo II ganhou o mundo papalizando com carisma.
A não-informação conduz as pessoas à ignorância.
Neologismo lexical
Quando uma nova palavra é criada, com um novo conceito. Exemplo:
Deleter – apagar, eliminar
Internetês – a língua da internet
Onomatopeia
Quando a palavra imita, representa certos sons. Exemplos:
Tique-tique
Chuá-chuá
Atchim
Plaft
Dingo-dong
Referência Bibliográfica:
CUNHA, Celso. Gramática do Português Contemporâneo. Belo Horizonte: Bernardo Álvares S. A., 6a ed.1976. 509p.
LIMA, Rocha. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. 27 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986. 506p.
PASCHOALIN, Maria Aparecida. Gramática: teoria e atividades. 1. Ed. São Paulo: FTD, 2014. 512p.