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A partícula SE como apassivadora do sujeito
Veja os exemplos:
Aprovou-se o novo candidato
Venderam-se novos imóveis.
No caso de o SE ser uma partícula apassivadora, a frase estará na VOZ PASSIVA SINTÉTICA, ou seja, neste caso o sujeito simples é passivo: CANDIDATO, porque não é ele quem pratica a ação de APROVAR, ao contrário, ele é o alvo da ação verbal.
Uma ótima forma de comprovar isso é passar a frase para a VOZ PASSIVA ANALÍTICA:
Ex: O novo candidato foi aprovado.
Neste tipo de construção, o "se" é usado como pronome oblíquo reflexivo, e caso seja feita a análise sintática, observar-se-á que ele assume a função de objeto direto do verbo transitivo ao qual se liga.
OBS 1: O verbo concordará com o sujeito, como no caso de venderam-se novos imóveis onde o verbo vai para o plural, concordando com o sujeito imóveis que também está no plural.
OBS 2: O uso de "se" como partícula apassivadora não deve ser confundido com seus usos como objeto direto da VOZ PASSIVA REFLEXIVA.
Ex: Feriu-se com a faca.
Neste caso, o sujeito está oculto/indeterminado, pressupõe-se que “alguém” se feriu com a faca.
A partícula SE como índice de indeterminação do sujeito
Veja o exemplo:
Precisa-se de professor.
No caso de o SE ser um índice de indeterminação do sujeito, ele estará sempre agregado ao verbo na 3ª pessoa do singular, e o sujeito será indeterminado.
Da mesma forma, você pode tirar a “prova dos 9” tentando colocar a frase para a VOZ PASSIVA ANALÍTICA e comprovando que é impossível:
O professor é precisado.
A partícula SE como pronome
Veja os exemplos:
André machucou-se. (pronome pessoal reflexivo)
Os cachorros feriram-se uns aos outros. (pronome pessoal recíproco)
As professoras arrependeram-se. (pronome fossilizado*)
* chama-se fossilizado, pois já ficou agregado ao verbo, que no infinitivo apresenta-se como ARREPENDER-SE.
Neste caso, a frase está na VOZ ATIVA REFLEXIVA, e a partícula “se” é pronome pessoal reflexivo. Sintaticamente, sua função é de OBJETO DIRETO.
A partícula SE como ‘partícula expletiva’
Veja os exemplos:
Os alunos riram-se.
Em construções com esta, a partícula SE não possui função sintática, é chamada de expletiva, pois é usada apenas como um realce estilístico.
A partícula SE como CONJUNÇÃO
Veja os exemplos:
Estarei aqui bem cedo, se tudo der certo.
Não tenho certeza se esta é a melhor escolha.
Como conjunção, o SE não possui função sintática, mas tem extrema utilidade no período pois ligará a oração subordinada à oração principal, nas orações adverbiais e nas orações integrantes.
Outros usos menos comuns para a partícula ‘SE’
Veja os exemplos:
Ele sempre tem um SE antes de qualquer resposta.
(substantivo, objeto direto)
- Você quer ganhar um carro? - Se quero!
(advérbio, adjunto adverbial de afirmação)