O ponto serve para finalizar, a vírgula, para dar uma pausa, e o ponto e vírgula (;) ? Mas será que não é óbvio?
Exatamente por parecer tão óbvio, o ponto e vírgula é alvo de muitas dúvidas, interrogações, exclamações e reticências...
Uma coisa é fácil de constatar: ele sugere uma pausa longa, ou seja, é intermediário entre a vírgula (pequena pausa) e o ponto (pausa final).
É interessante notar que não há uma regra que obrigue o uso do ponto e vírgula. Quem decide se irá ou não utilizá-lo é o próprio redator, segundo a necessidade, quando precisar organizar melhor os itens de um período, delimitando os segmentos maiores com o ponto e vírgula e os menores com a vírgula. É também utilizado quando há uso exaustivo da vírgula, para a mesma função citada acima.
Uso do ponto e vírgula
A) Em casos e enumeração de itens, ou em caso de uma explicação que contém itens, geralmente presentes em livros didáticos, receitas, textos jurídicos, manuais de instrução, etc.
Exemplos:
- “Deveremos tratar, nesta reunião, dos seguintes assuntos:
- a) cursos a serem oferecidos, no próximo ano, a nossos empregados;
- b) objetivos a serem atingidos;
- c) metodologia de ensino e recursos audiovisuais;
- d) verba necessária.
- Art. 1º A locação de imóvel urbano regula-se pelo disposto nesta Lei.
Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis especiais:- a) as locações:
- de imóveis de propriedade da União, dos Estados dos Municípios, de suas autarquias e fundações públicas;
- de vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento de veículos;
- de espaços destinados à publicidade.
- a) as locações:
B) Quando acontece a omissão de um verbo, marcada pela vírgula, se houver uma pausa antes do sujeito esta será é marcada pelo ponto e vírgula.
Exemplos:
- “Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o ouvinte.”
- “Nas sociedades anônimas ou limitadas existem problemas: nestas, porque a incidência de impostos é maior; naquelas, porque as responsabilidades são gerais.”
C) No uso excessivo da vírgula em um período longo. Neste caso utiliza-se o ponto e vírgula para separar as orações, e a vírgula para demais pausas do meio das orações.
Exemplo:
- “Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que se disse por acaso ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida; sonhar um pouco, a sentir uma vontade de fazer coisa boa.” (Rubem Braga)
- “A introdução dos computadores pode acarretar duas consequências: uma, de natureza econômica, é a redução de custos; a outra, de implicações sociais, é a demissão de funcionários.”
D) Para marcar pausas entre orações, quando se intercala alguma conjunção entre as mesmas.
Exemplo:
- Eles sabiam de tudo o que se passava no colégio interno; mas, como já era de se esperar, nunca fizeram nada. Esse não é um caso obrigatório.
- Quero sair mais com você; pois um casal precisa ter boas amizades.
- Amanhã é dia de prova; porém não comecei a estudar ainda.
- Ele chegou adiantado, como de costume; por isso, presenciou a cena desde o começo.
E) Quando não há necessidade gramatical do uso do ponto e vírgula, ele pode ter a função textual de acentuar o sentido adversativo da conjunção ou de separar orações coordenadas acentuando sentido antitético entre as duas.
Exemplo:
- O general não temia o que lhe podia acontecer; os soldados, sempre.
- Muitos se esforçam; poucos conseguem.
- Uns trabalham; outros descansam.
- Se dirigir, não beba; se beber, não dirija.
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Fontes:
http://www.mundovestibular.