Há vários termos na língua portuguesa que podem confundir quem os escreve. Isso porque eles possuem sons iguais aos de outras palavras. Ainda assim, isso não significa que eles são escritos da mesma forma. Entre eles apenas há uma relação de homofonia. Por essa razão, muitos falantes da língua chegam a se confundir e trocar alhos por bugalhos.
Um exemplo de termos homófonos são os prefixos “ante” e “anti”. Se você pronunciá-los, não encontrará diferença alguma entre eles. Isso porque ambos possuem exatamente o mesmo som. Ainda assim, eles significam coisas diferentes (o que nem todo mundo sabe) e os dois são escritos de maneira distinta.
Em vista disso, é necessário entender qual é a definição de ambos os termos e qual é o contexto em que eles aparecem. Assim, será possível diferenciar qual será o momento de escrever um ou outro prefixo. Inclusive, até mesmo na hora de falá-los, você será capaz de fazer essa diferenciação.
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O que significa “ante”
O prefixo “ante” é empregado em contextos em que você deseja expressar uma ideia de anterioridade. Assim, você o utiliza no momento em que quer apontar algo que aconteceu antes de outra coisa. Por exemplo, um acontecimento anterrepublicano aconteceu antes da república. Nesse caso, é fundamental utilizar o termo que é escrito com “e”.
Veja outros exemplos de palavras que carregam esse prefixo:
- antemanhã;
- antebraço;
- antessala;
- ante-estreia;
- antevisão.
Perceba que há ocasiões em que o prefixo é seguido pelo hífen. Ainda assim, também há palavras que são escritas sem ele. O hífen deverá ser utilizado quando o termo ao qual o “ante” se une começar com “h” ou com “e” (visto que a vogal é a última letra do prefixo). Veja exemplos a seguir:
- ante-histórico;
- ante-hipófise;
- ante-estréia;
Nos outros casos, não há a necessidade de colocar o hífen. Ainda assim, quando o prefixo se unir com um termo que começar com “r” ou “s”, essa consoante precisará ser repetida. Note isso nos exemplos a seguir:
- antessala;
- anterrepublicano.
O que significa “anti”
“Anti”, por sua vez, é um prefixo que indica a ideia de contrariedade e oposição. Dessa forma, você o utilizará em momentos em que precisar falar de algo que é o oposto do que está sendo dito.
Um exemplo é a palavra anti-higiênico. Quando você afirma que comer o que caiu no chão é um hábito anti-higiênico, você está dizendo que esse é um hábito que se opõe à higiene. Em vista disso, nesse contexto, é necessário usar o prefixo que termina com a letra “i”.
Observe mais exemplos abaixo:
- antissocial;
- antidepressivo;
- anticoncepcional;
- anti-inflamatório;
- anticaspa.
Assim como apresentamos no caso do prefixo “ante”, aqui também há um exemplo que possui hífen e outros que são escritos sem a intermediação desse sinal gráfico. Por essa razão, as regras para a utilização do hífen prevalecem. Se o prefixo é unido a termos que começam com “h” ou “i” (por ser a letra final do prefixo “anti”), deve-se fazer a separação:
- anti-islâmico;
- anti-ilusório.
- anti-hormonal;
- anti-histamínico.
Já no restante das ocorrências, a escrita deve ser feita sem a utilização do sinal gráfico. Por outro lado, se o termo ao qual o “anti” se unir começar com “r” ou “s”, essa consoante se repetirá:
- antissocial;
- antirroubo.
Necessidade de prática
Agora que você já conhece as diferenças entre os dois prefixos, vale a pena utilizar com mais frequência na sua escrita palavras em que eles aparecem. Isso porque com a prática você aprenderá a distingui-los com maior segurança!
Além disso, você perceberá qual é o momento certo para usar o hífen ou então para escrevê-lo sem esse acento gráfico. Dessa forma, mesmo que os prefixos tenham sons idênticos, você saberá exatamente como escrevê-los.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/portugues/prefixos-ante-e-anti/