Uma oração é uma estrutura sintática composta no mínimo por um sujeito e um verbo, de modo a configurar a relação de sujeito e predicado. Neste artigo, destrincharemos quais os termos integrantes dessa estrutura, pois nem sempre ela é composta apenas por um sujeito simples e um verbo finito.
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Complemento nominal
Por definição, espera-se que um complemento seja um elemento adicional que integre o todo a fim de completá-lo. É precisamente isso que o complemento nominal faz com um nome, isto é, um substantivo ou ainda um pronome, um adjetivo ou um numeral.
Observe como se dá a relação entre o complemento nominal e cada um dos elementos citados acima:
- substantivo: Estamos aguardando a chegada da chuva.
- pronome: Quando não se arruma, ela sente horror de si mesma.
- numeral: A ideia de um acabou contaminando a todos.
Complementos verbais
Por sua vez, os complementos verbais são aqueles que complementam o verbo das orações. Eles se dividem em objeto direto, objeto indireto, predicativo do objeto e agente da passiva.
Objeto direto
Trata-se do complemento de um verbo transitivo direto, isto é, da relação direta entre o verbo e seu objeto sem a interferência de uma preposição. São exemplos os trechos destacados das construções abaixo:
- substantivo: Eu quero dinheiro já!
- pronome: Não precisa ir a pé porque eu vou te levar de carro.
- numeral: Tenho dois filhos, mas eles não moram mais comigo.
Objeto indireto
No caso do objeto indireto, há a interferência da preposição na relação entre o verbo e o seu objeto. Portanto, essa relação se dá de maneira indireta. Diz-se que quando o verbo necessita da preposição para se ligar ao objeto, este verbo é intransitivo.
São exemplos dessa relação as construções abaixo:
- substantivo: Ela gosta da riqueza dele.
- pronome: Você está duvidando de mim?
- numeral: Ele deixou sua fortuna aos quatro filhos.
Predicativo do objeto
O predicativo do objeto é o elemento da oração que complementa os objetos direto ou indireto de modo a lhes conferir alguma qualidade. São exemplos:
- objeto direto: Eu considero o celular indispensável.
- objeto indireto: Chamei-lhe de feia.
Construções com o predicativo do objeto indireto são mais raras, principalmente considerando o fato de que no discurso, isto é, no português coloquial, orações em que há ênclise não são mais tão frequentes.
Predicativo do sujeito
Há casos em que o elemento que funciona como predicativo na oração não faz referência ao objeto, mas ao sujeito. Nesse caso, o classificamos como predicativo do sujeito. Veja como se dá a relação entre elementos da oração nos exemplos disponíveis logo abaixo.
- O funcionário é irresponsável.
- A aluna permanece irrepreensível.
- Eu continuo focado.
- Ele fica cansado quando não dorme pelo menos oito horas.
- Maria parece deprimida hoje.
- Meu pai anda cabisbaixo com a falta de emprego.
- Eu estou chocado com a sua falta de atenção.
A partir dos exemplos é possível observar uma regularidade da língua. Os predicativos do sujeito são geralmente antecedidos por um verbo de ligação. No português, são eles: ser, estar, continuar, andar, ficar, permanecer e parecer.
Agente da passiva
O agente da passiva é um complemento da oração que irá identificar a entidade responsável pelo desencadeamento de uma ação que foi sofrida ou recebida pelo sujeito. Trata-se de um complemento verbal e não do sujeito da ação, uma vez que a oração está na voz passiva.
- Este livro foi escrito por um professor muito adorado por nós.
- A praia é para ser desfrutada por todo mundo.
Lembre-se que nos exemplos acima, os sujeitos em questão para cada construção são 'este livro' e 'a praia', respectivamente.
Referência:
Cunha, C. & Cintra, L. (1985). Nova gramática do português contemporâneo. 2ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.