Num enunciado completo, via de regra, nos é dada uma informação a respeito de alguém ou de alguma coisa. O ser de quem se informa algo denomina-se sujeito. A informação propriamente dita recebe o nome de predicado.
Margarida dirigia [a palavra às classes menos abastadas].
“Margarida" é o sujeito, “dirigia” é o verbo e a “palavra às classes menos abastadas” é o predicado.
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Sujeito simples e composto
Dependendo do núcleo, o sujeito pode ser simples ou composto. É simples quando possui um só núcleo. Como em: “Uma vaca vivia pastando à vista de todos”. Pode ser composto, quando possui mais de um núcleo. Como em: “Bois, vacas e cabritos andavam misturados.” É possível perceber que no sujeito simples “vaca” é o núcleo, já no sujeito composto, os núcleos são: bois, vacas e cabritos.
Sujeito elíptico, oculto, subentendido ou desinencial
Às vezes, por questões estilísticas ou até mesmo por questão de precisão o sujeito simples não aparece expresso na oração, mas pode ser facilmente identificado pela desinência verbal. Como no exemplo: (Eu) estive com você ontem pela manhã. Ou então em: (Nós) comemos muito. Esse tipo de sujeito também é conhecido como oculto, desinencial ou implícito na desinência verbal.
Sujeito determinado e indeterminado
Em relação à possibilidade de ser identificado ou não, o sujeito pode ser determinado ou indeterminado. Assim, o sujeito é determinado quando é possível reconhecer gramaticalmente o sujeito da oração; é o que ocorre com o sujeito simples e o sujeito composto vistos anteriormente. Mesmo o sujeito implícito na desinência verbal é um sujeito determinado. O sujeito é indeterminado quando a informação contida no predicado refere-se a um elemento que não se pode (ou não se quer) identificar. Como por exemplo:
(?) Falaram muito bem de você na reunião de ontem.
(?) Acredita-se na existência de vida fora do planeta de Terra.
É importante destacar que, quando o sujeito é representado por um pronome substantivo indefinido, não devemos classificá-lo como indeterminado, mas como sujeito simples (portanto, determinado):
Alguém pegou meu caderno.
Algo acontece no bairro.
Podemos observar que “Alguém” e “Algo” são pronomes substantivos indefinidos.
O sujeito será indeterminado nas seguintes situações:
Quando o verbo estiver na terceira pessoa do plural e não há sujeito expresso na oração nem é possível identificá-lo pelo contexto. Temos como exemplo: (?) telefonaram para você.
Quando o verbo estiver na terceira pessoa do singular, seguido de índice de indeterminação do sujeito "se". Temos como exemplo:
(?) precisa-se de empacotadores ou anda
(?) acredita-se na existência de vida extraterrestre.
Vale lembrar que a palavra "se" pode desempenhar várias funções na oração. É fundamental perceber que, quando ocorre apassivador "se", não temos caso de sujeito indeterminado, mas de sujeito determinado, expresso na oração, com verbo na voz passiva sintética. Como em:
Quebrou-se a vidraça – A vidraça foi quebrada.
No caso se é um pronome apassivador, já que quem quebra, quebra alguma coisa.
Oração sem sujeito
Temos a oração sem sujeito quando a informação veiculada pelo predicado não se refere a sujeito algum. Ocorre com os verbos impessoais, a saber:
Verbos que exprimem fenômenos naturais (chover, anoitecer, relampejar, nevar, trovejar, amanhecer e etc.).
Choveu muito no Rio de Janeiro.
Anoitece mais tarde hoje.
É importante lembrar que, se o verbo exprimir fenômeno natural em sentido figurado, haverá sujeito. Como no exemplo:
Choveram reclamações contra aquela marca. (Reclamações é o sujeito).
Os verbos fazer, ser, estar na indicação de tempo cronológico ou clima.
Faz dois anos que ele saiu.
É uma hora.
O verbo haver no sentido de existir ou indicando tempo transcorrido.
Havia cinco alunos naquela sala.
Há dois meses não converso com meus colegas.
O verbo existir não é impessoal. Logo, ele possuirá sujeito expresso na oração, concordando normalmente com ele.
Existiam quatro pessoas interessadas na vaga → “quatro pessoas interessadas na vaga”, é portanto, o sujeito da oração.
Os verbos impessoais e a questão da concordância
Os verbos impessoais (com exceção do verbo ser) devem ficar sempre na terceira pessoa do singular. Logo, na linguagem culta e na norma padrão, devemos sempre dizer:
Havia muitos carros na rua.
Faz cincos anos.
Inclusive, é válido destacar que, quando um verbo auxiliar se junta com um verbo impessoal, esse também deve ficar no modo singular:
Pode haver muitos carros na rua
Vai fazer cinco anos.
Veja também:
Bibliografia:
ALMEIDA, Nilson Teixeira de. Gramática de Língua Portuguesa para concursos. São Paulo: Saraiva, 2009.
CUNHA, Celso. Gramática da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: FENAME, 1979.
TERRA, Ernani. Minigramática. São Paulo: Scipione, 2007